terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Quando soará a hora terminal do Chavismo ?


                              

        Foram presos 27 militares rebeldes. Aonde tal possa acontecer senão na Venezuela de Maduro, cuja ditadura, assim como o sobrenome do Ditador, parecem já trazerem os sinais da decrepitude que é própria dos regimes não só corruptos, mas sem qualquer outra legitimidade que aquela trazida pela força bruta ?
           Quem sabe levantados pelo corajoso Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional, a única legítima, a par de ser também aquela que não está "autorizada" a aprovar legislação alguma, eis que a ditadura dispõe de Tribunal Supremo que cuidou de despi-la de qualquer atribuição legislativa.
            Que a Assembleia Nacional, que é ungida pelos preciosos óleos da legitimidade, está acima dessa Constituinte fajuta,  eleita pela fraude,  já todos sabem.  
             No entanto, diante de regime desmoralizado, seja pela corrupção sem limite, seja pelo desastre que por toda parte provocam, o general bom-senso preside ao crescente e sem limites desgoverno, que nem a cupidez particular de tantos poderosos, nem o consequente caos que prevalece na terra de Bolívar, há de impedir por muito que se desfaça o que não mais encontra apoio, seja na população civil, seja no próprio exército em que a rebelião grassa, e onde a hierarquia vai se desfazendo, corroída por uma administração sem norte.
              Nesse contexto, esse grupo de 27 militares de baixas patentes na Guarda Nacional Bolivariana pôde ser preso pelas forças chavistas. Com a facilidade dos regimes podres, os insurretos  se apossaram de armas, de dois blindados, e gravaram videos estimulando a população a derrubar o corrompido regime de Nicolás Maduro.
               Como rastilhos de pólvora, se difundiram os vídeos de militares com pedidos para que a população se junte a eles.  No bairro de Cotiza, aonde foram detidos,  os moradores bateram panelas, queimaram pneus e atiraram pedras nos policiais. Outra força militar, usada para abafar o levante, e com o sólito epíteto de "bolivariano" - o que é um achincalhe de que o nome Bolívar significa - são tentativas vãs, cercadas que são pela podridão imperante do regime.
                Mas voltando à voz de Juan Guaidó, é preciso ter presente os seguintes fatores. Nenhuma revolução eclode sob o céu azul de uma serenidade fundada na justiça e no geral contentamento. Será o oposto que atiçará a reação de uma comunidade desde muita forçada a deparar gente que se locupleta com situações de miséria e injustiça, em atmosfera marcada pelos acintes e a roubalheira extrema e arrogante.
                  A própria oferta corajosa de Guaidó, uma tempestade em céu sereno, com o lastro da legitimidade, da coragem e da honradez, abre canais inéditos em meio à desencantada oposição e os próprios militares, a quem atinge uma retórica firme, mas menos agressiva.  O deputado tem suas raízes familiares  - o seu avô era militar. Os fanáticos do chavismo, como Diosdado Cabello, já não elicitam respostas dos militares.
                      A par disso, as Forças Armadas já se sentem desconfortáveis, diante da indigência do Povo e da riqueza dos apparatchicks chavistas, de que Cabello é a epítome.
                        Como em todo regime ditatorial e corrupto, que começa a desfazer-se, a fragmentação de início não será visível, mas a fadiga e a pressão popular, diante de uma ditadura que nada pode prometer, senão mais ditadura, e mais a ignóbil mediocridade chavista, em um cenário em que nada brilha, senão as moedas amealhadas pelos corrompidos, além dessa votação contra a qual não há argumentos - o êxodo constante dos que são tangidos pela ambiente desgraça - tudo isso vai ganhando a temida força inercial daqueles movimentos telúricos que, ao cabo, levam pela frente, em atmosfera de total descrença em tudo  o que tenha o apodo de chavista, carregando depressa toda a tralha, militar ou não, o que surja pela frente.  Depois de votar com os pés, nada mais subsiste  no podre e desmoralizado regime que grita por alguém que venha jogá-lo afinal em algum lixão, porque é grande e urgente a tarefa de varrer a nauseabunda corrupção dessa composição que ora se desfaz, na geral confusão que acompanha a tais enterros populares de governanças que foram demasiado longe na arrogância e abandono das verdades da justiça e da equidade, e na ardida afronta contra a justiça e o direito elementar que se deve às populações saqueadas por criminoso, nauseabundo regime, que mais parece estar pronto para ser lançado na vala comum da História, ou naquela grande lixeira mencionada pelo tribuno  Leon Trotzki.

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