Não é segredo para
ninguém que o Presidente Donald Trump ora enfrenta uma crise que dia a dia se
torna maior do que a figura presidencial.
Longe vão os dias em que, seja no bully pulpit, seja no Salão Oval, vozes graves e compassadas
atravessavam crises que confrontam a Nação e volvendo-se com a naturalidade de
líder nacional, o presidente da Nação americana pedia a atenção de um sem
número de pessoas - hoje através da televisão, no passado pelo rádio - para
expor-lhes um determinado problema e encarecer do Povo americano o necessário
apoio em uma hora difícil.
Pois seriam ouvidos com
interesse, até um pouco de emoção, e participação. Inteirados da gravidade da
questão, o líder nacional não deixaria de passar em revista a questão que ora
os trazia para o meio de comunicação mais adequado.
Para tanto, um Presidente dos
Estados Unidos da América se dirige à Nação, que figurativa e, mesmo realmente,
se encontra por trás ou do microfone, ou das câmeras de tevê, para ouvirem e
mesmo contemplarem o Chefe da Nação a transmitir a mensagem de que já o Povo
Americano vive a importância da hora, a quem empresta de bom grado os próprios
ouvidos e a respectiva atenção, não
importa se proceda do bully pulpit de seu líder, ou que venha desse
histórico palco de grandes decisões, vale dizer da atmosfera do Salão Oval, de
onde procedem discussões de relevo, argumentos intensos e a impressão de que
toda uma questão é levada ao conhecimento do Povo americano, que dela participa, não por uma mágica de show-business,
ou de matéria que já não seja do amplo, abrangente e relevante contexto de uma
resolução de indubitável gravidade, que é levada à avaliação de todo o
acessível eleitorado estadunidense, não
por conta de um eventual capricho do atual Presidente, mas pelo fato tão
incontornável, quanto determinante que a importância da decisão presidencial e
o eventual apoio de que é chamado Nós o Povo está igualmente partícipe e, por
isso atuante, não só pela atenção prestada, mas pelo peso a que a presença em
grandes proporções adita à relevância tanto das palavras presidenciais, quanto
da relevância desse apoio que é solicitado de forma aberta, uma vez exposto o
problema e a sua eventual urgência, tudo expresso em linguagem simples, sem
ambages, como devam vir para o sentir e a eventual aprovação do Povo
estadunidense as mensagens que o sucessor de Abraham Lincoln se sente na
necessidade de compartilhá-la com o Povo americano.
As dicções podem variar, as
acentuações e os realces da mensagem podem diferir, como as ocasiões também
mudam, e nem sempre a campaínha presidencial há de soar com a mesma estridência
e eventual gravidade, no relógio das horas, sob os atentos olhares das
secretárias e altos funcionários a quem a seriedade do instante passeia,
vincando as fisionomias, sentida a implicação das palavras, o peso das frases e
a eventual consulta ou mensagem que lenta e progressivamente se desprenda dos
lábios do líder que ali não está por acaso, e nem sequer terá acionado os
instrumentos das consultas presidenciais, sejam elas urgentes, graves,
abrangentes e mesmo envolventes, pois enquanto o Presidente falar para o Povo
americano, se o momento é relevante, e sérias as questões a serem sopesadas, na
atenção, a concentração mesmo, do acompanhamento da fala ei-la que se há de
integrar no momento vivenciado, qualquer que seja o instrumento utilizado por
Sua Excelência o presente Chefe da Nação.
Serão decerto horas difíceis, e
quanto mais relevante a comunicação, mais se sentirá peso da intervenção presidencial, seguida que
é por olhos que lhe perscrutam a seriedade e a gravidade do momento, assim como
da proposição presidencial, enquanto a autoridade que, pela própria relevância
de seus deveres e cometimentos, na sua linguagem escandida, e na sentida gravidade
dos respectivos conceitos, seria como estendesse diante dos olhos atentos, mas
brilhantes, do Povo americano a eventual relevância das diversas questões a
serem discernidas e distinguidas, de forma que a atenção do grande e silente
ouvinte e espectador, se estenda respeitosa e atenta perante as ponderações do
Chefe do Executivo da grande Nação estadunidense, ciente que é da importância e
do eventual peso que as citadas propostas terão para o Povo, a quem o Chefe,
pela forma de proferir as palavras, pelas pausas oportunas que faça, e pela eventual ênfase que a elas agregue,
deixe meridianamente clara a sua intenção, assim como a sentida importância que
preste à anuição do Povo soberano.
Mudam as horas, mas não se
alteram os locais, que, como cenário que cresce à volta do líder, e dele
participa, pode muita vez dizer da relevância de uma certa decisão, ou da
dificuldade de outra eventual visão diferenciada, que é dita nunca para
confundir, mas sim para cotejá-la com um curso de ação há pouco enunciado e de que
o líder daquela imensa Nação que se esconde por trás da imaginação de um
Presidente, que ao falar parece direcionar-se para cada um dos respectivos
cidadãos, que ali estão não como massa disforme, imaginária e dependente dos
eventuais traços aduzidos pela autoridade presidencial, mas sim como se se
voltasse para cada um dos respectivos co-nacionais e deles encarecesse o
necessário, quiçá urgente apoio, que as palavras e frases procuram, desnudadas
de eventuais adereços sub-reptícios, enquanto encarecem, junto a cada chefe de
família, a cada viúva que é forçada a pensar em como estará a mesa do
amanhã, quiçá um gesto, ou uma palavra,
ou mesmo um grito de assentimento e, sobretudo, de participação plena.
Nas grandes democracias, o
espetáculo estará menos nos gestos, do que na demonstrada coragem, seja de
submeter a árdua, difícil questão que não mais semelha capaz de ser exposta à
atenção e ao pensamento de cada um. Quanto maior a sobriedade, maior a
concentração generosamente emprestada à decisão que é levantada, não como uma
criança alevanta uma pipa, confiante, apesar da tarde calorenta, em que, de
repente, surjam os ventos que as grandes resoluções trazem consigo. Deve haver
empatia da parte do líder, participação que traz consigo mãe-coragem, o gesto aberto
e os olhos que fulgem, descerrados, como se já deparassem o horizonte que faz
pouco, em palavras graves, escandidas nos teares das resoluções construídas com
confiança, coragem e integral cometimento, e que ora, no atendente silêncio que
como uma nuvem cerca a figura do Chefe, e que sem altaneria, mas também sem
pressa, distende perante inimagináveis multidões o futuro que não se peja em
ser soletrado, com a clareza das grandes resoluções.
(Fonte: o momento
estadunidense e as dúvidas que surgem de eventual comparação com líder
errático e pouco previsível ).
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