quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Derrota anunciada


                              
       Conforme era amplamente esperado, o Parlamento britânico rejeitou, na mais fragorosa derrota para um gabinete em tempos modernos, por 432 votos contra, 202 a favor, impondo à desmoralizada Theresa May derrota para não esquecer, eis que é a pior de todas para um ministério.
         O líder da Oposição, Jeremy Corbyn (trabalhista) já protocolou  moção de  desconfiança, em Parlamento dividido entre a saída do bloco europeu e a realização de novo referendo do Brexit.
           Corbyn, por conta de posições passadas, é uma caixa de ambiguidades, e, em consequência, a sua falta de convicção, tanto no retorno para a U.E., quanto na realização de novo referendo (Brexit), não aponta por ora um caminho crível.
          Tanto o ingente, beirando o estúpido, erro do antecessor da May,  no caso David Cameron, foi relembrado na patética (e derradeira) saída de Downing Street 10, de um primeiro Ministro na beira da renúncia, a que o levou a própria grossa incompetência. De certo, não é agradável rever-lhe o momento da lancinante verdade, em que um Cameron, com as flácidas faces banhadas de suor, balbucia a confirmação do próprio erro, assumido como "compromisso de campanha", e , com estugado passo, se apressa em refugiar-se por detrás da porta famosa, de que a garrafal, e impiedosa falha de avaliação acaba de varre-lo do poder, ao confirmar-lhe a patética mediocridade, aplicada por referendo que não carecia ter ocorrido, e que ora o condena aos porões da História, ao infligir-lhe  inglória, ridícula mesmo, derrota no referendo de um verão para não ser jamais esquecido...

( Fonte: O Estado de S. Paulo )  

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