Essa meta da política
econômico-financeira, como muitos sabem, mas gente poderosa ainda finge
desconhecer, se baseia em, digamos, três colunas mestras: câmbio flutuante,
metas críveis de inflação e responsabilidade fiscal.
Os últimos anos têm ensinado que a
responsabilidade fiscal falta tanto em
deputados coroados, quanto em ministros do Supremo. Além das irresponsáveis
pautas-bomba, há outros fragmentos de papel que só servem para o tríduo
momesco.
Se o povo não acredita em coragem
contra leões feridos - como pode ser prática tão fácil quanto corrente em
sinuosos campeões de privilégios de classe
- mas por vezes honra o brio de quem intenta com as justas armas do
próprio engenho, desde que pacíficas e armadas de um senso mínimo de justiça.
A imêmore marcha dos aumentos e, se
possível em cadeia, continua praticada,
por muitos altos dignitários, como Ministros do Supremo, a quem tudo tem
feito acreditar que uma assinatura em pedaço de papel, mesmo ao revés das leis
econômicas e financeiras tende a ecoar bem nas próprias bases, que sóem ser estreitas
- como as visões respectivas da realidade -
e se bem que gordamente estipendiadas, a ponto de haver perdido o senso
da medida e, dessarte, acreditarem piamente em penduricalhos de papel - por
eles chamados de liminares, decerto por desafiarem o limite do bom senso na
muleta de uma solitária firma em folha de papel - que se incrustam, pegajosas
que são, na madeira de lei das boas leis, que são aquelas fabricadas pelas
usinas populares.
Ofende decerto à inteligência, mas não
à moral, desses escribas - decerto com altas remunerações - e um poder que vai
muito além da Taprobana, pois ignora, quando de sua conveniência, quão estreitos
e rígidos devam ser os limites da Lei e do lídimo, quase sempre solitário bom
senso, a começar pela circunstância de que tais arroubos devam ser empinados, nos casos-limite, na solitária defesa do lídimo conspurcado
direito, e não em cevar privilégios.
Se concordo com o juízo severo de
muitos quanto aos muitos males do subdesenvolvimento, ele nunca será mais
raivoso e desprezível, de que quando as chamadas é-lites do nada surgem, e montadas
nos seus pomposos poleiros, aplicam remédios que, no passado, pajés inventaram melhores.
( Fontes: Folha de S.Paulo; Lusíadas, Luís de Camões ).
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