A primeira comparação
de Mourão foi com o vice de Lula, José de Alencar, que tinha ideias próprias.
Terá sido manobra arriscada de Jair Bolsonaro, um major da reserva, escolher Hamilton Mourão, general da ativa para vice?
Os
jornais fruem desse prato adicional, aquele do vice-presidente que teria lá
suas opiniões, e que surgida a oportunidade, não a perde para dizer o que
pensa.
Amanhã, como lembram os jornais,
Jair Bolsonaro volta à sala cirúrgica, para a retirada, por muito
adiada, da bolsa de colostomia. Ao
contrário das notícias, a operação não é mera formalidade, e exigirá repouso
do presidente.
É de
esperar-se - e com a Nação que o elegeu é hora não só de formular os melhores votos,
mas também de que esse lúrido capítulo, iniciado pelo atentado em Juiz de Fora,
termine afinal, com o restabelecimento completo do Presidente.
A
imprensa esta aí à cata de vozes e
opiniões alternativas. Um vice apagado pode ser do gosto presidencial, mas me
parece otimismo desvairado que se indique general da ativa e esperar que se
conforme à postura de um vice apagado.
Em
tudo o meio-termo está aí para mostrar o caminho do bom senso. A história está cheia de vices com ideias
muito próprias, e de outros, ultra apagados. O caminho intermediário surge como
o mais difícil e, no entanto, aquele que mais se encaixa em uma dupla conforme
às aspirações do eleitorado, e àquelas do bom-senso.
Nem sempre o papel do general Mourão se encaixa nas opiniões de seu
chefe, o Presidente. Assim, ao contrário de Bolsonaro, que em Davos reconhecera
o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, como presidente interino da
Venezuela, o vice foi categórico ao descartar a possibilidade de o Brasil
apoiar eventual intervenção no país de Nicolás Maduro: "O Brasil não
participa de intervenção, não é da nossa política externa intervir nos assuntos
internos de outros países" - disse Mourão, em ulterior demonstração de
divergência com o Presidente. E nesse caso, a razão pende para o lado do
Presidente, pois Guaidó defende a democracia, e estar no grupo de Putin e do
general Padrino, é defender a Maduro, e a tudo que o seu corrupto desgoverno
significa. Será que a posição da maioria do Povo venezuelano - que vota com os
pés (três milhões de pessoas buscaram o exílio!) - e sufoca as pálidas
manifestações pró-Maduro deva ser repetido pelas autoridades brasileiras, na
ultra-minoria do México de López Obrador
e do Uruguai de Tabaré Vazquez ?
( Fonte:
O Globo )
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