Onyx
Lorenzoni, o ministro da Casa Civil de Bolsonaro, parece embaralhar o resultado
da eleição da mesa do Senado, ao expressar preferência pelo Senador Davi
Acolumbre (DEM-AP), o que lhe rendeu críticas públicas do Major Olímpio
(PSL-SP) - principal nome do partido do Presidente, e da própria Simone Tebet.(MDB-MS)
Ele
parece querer tumultuar o cenário político com essa jogada. O principal
adversário a ser batido é o conhecido Renan Calheiros (MDB-Alagoas), a quem as
usuais suspeitas de corrupção não são suficientes para barrar-lhe o caminho. O
PSL tenta também dar suporte à campanha da emedebis-ta Simone Tebet (MS).
Malgrado a usual pecha de corrupção, Renan continua favorito para a
presidência - seria a sua quinta vez - , e
em cenário fragmentado por nove senadores
que tentam ganha a presidência, salta aos céus que abrem caminho para a
sua eventual vitória.
Tradicionalmente, o Senado elege como presidente um representante da
maior bancada. Atualmente, é o MDB, com
doze senadores. Por isso, Renan e Simone
são candidatos naturais. Nesse sentido
também, a senadora aposta na onda anti-Renan, em que se pede a renovação no
comando da Casa.
Renan, que nega a sua candidatura, por ela trabalha continuamente. Outro fator que ajuda a Renan é a confusão
aprontada por Onyx Lorenzoni. Ele seria o único candidato a garantir a
indepen-dência do Senado. Entrementes,
Renan também acena ao Governo, com a reforma da Previdência, que é
prioridade da equipe econômica.
Escusa acrescentar que outro fator a favorecê-lo é a confusão que
envolve a Flavio Bolsonaro, com as suas movimentações financeiras pouco usuais
e a ligação com ex-assessores da
milícia. Talvez por isso, Dias Toffoli decidiu manter como secreta a votação para
a eleição da Mesa do Senado. Para um candidato desgastado pela corrupção junto
à opinião pública, essa cortina de fumaça
não há de prejudicar, poupando aos seus eventuais apoiadores a
publicidade - e o decorrente ônus - do apoio a um senador que tem doze
inquéritos correndo contra ele, a maior parte vindo da Lava-Jato.
(
Fonte: O
Globo )
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