domingo, 6 de janeiro de 2019

Theresa May e o Brexit


                               


        Assim como os Scyllas e Charibdis da mitologia prefiguram os temíveis Penhascos, Rochedos e Redemoinhos na Antiguidade clássica, o brexit representa, perante a torpeza e a incapacidade da Primeira Ministra Theresa May, aqueles terriveis óbices no prosaico momento atual que esperam, com olímpica certeza, quão breve a frágil barcaça da inglesa há de encontrar o  predestinado fim.

          Aos incapazes e incompetentes, Zeus lança soturno olhar, diante da cercania do respectivo destino. Enleada nos fios traiçoeiros da desmedida ambição, que sequer se cura dos obstáculos e das armadilhas que lhes cria a própria congênita incapacidade, a May quebra, dentre muitas, a regra de ouro, que é a de menosprezar as suas fundas limitações. 

          Cega pela própria desmedida e tresloucada ambição, a May não mais tem em conta a extensão dos seus passos, e o quanto eles a levam para adverso destino, que a contrario modo constituem estranha lição, que para moucos ouvidos lhe ministram as próprias limitações, e o quanto lhe há de custar - e ao próprio Povo inglês - a ignara, estúpida infatuação com meta tão inatingível quanto contrária aos profundos interesses da sua gente.  

           Ver a face hoje deformada da antiga Secretária do Interior, o perfil trágico da May é o retrato das cruéis marcas que os deuses se comprazem em cinzelar nos rostos de quem os afronta, ao desdenhar-lhes os avisos e ao investir, como se nada fora, com o passo lesto dos estouvados, que pensam, os tolos, acercar-se, impudentes e imprudentes, tão ignavos quanto ignaros de o que lhes reserva o salto tresloucado como se o Povo inglês possa imitar o mergulho demencial e suicida no abismo submarino do eterno tuffattore nas  tirrhenas marinhas profundezas.

              Se  a ignorância perante o bom conselho dos prógonos só se professa à custa da perda da própria condição, e que por isso o mínimo bom senso aconselha que se tenham presentes, não as asnices de Sir David Cameron, nem tampouco o opaco olhar de quem se depara com adverso destino,  e o que é ainda pior, eis que finge não divisá-lo, como a sua tonta discípula May, deixemô-la prosseguir, para que sozinha caia nas fauces do  perverso brexit, pois se tanto mal promete, é mais do que hora que ela vá sozinha afrontar Sorte que terá pensado, a ambiciosa demente, capaz de atrair ao Povo Inglês! 


(Fonte: a mitologia, que deve ser administrada nos casos extremos, como o presente.)  

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