quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Passeata de Guaidó pró-ajuda humanitária


                    
        Diante do governo Maduro paralisado, milhares de venezuelanos  acudiram à convocação de Juan Guaidó, em prol de seu governo e contra Nicolás Maduro, assim como para exigir novas eleições e a favor da entrada de ajuda humanitária na Venezuela.
           O líder opositor tornou a defender  que os "militares se rebelem contra Maduro e não mais persigam a população civil".
            Entre as opções estudadas pelos Estados Unidos para enfrentar o colapso da economia na Venezuela está a abertura de um corredor humanitário para o envio da ajuda internacional. A esse propósito, Washington disse ter prontos US$ 20 milhões para enviar em alimentos e remédios.
             Por sua vez, o chavismo considera a criação de um "corredor humanitário" uma porta de entrada para forças estrangeiras interessadas em intervenção militar.
             A ideia de abrir um canal humanitário foi respaldada pela Assembleia Nacional da Venezuela, em que a oposição tem maioria. A mesma ideia foi abraçada por catorze países que integram o Grupo de Lima.
               Ontem,  Donald Trump telefonou a Guaidó para dar-lhe os parabéns por "sua posse histórica" e reiterar o apoio à oposição na Venezuela.
                Por sua vez, Nicolás Maduro, em entrevista à agência de notícias  russa Novosti, declarou: "não aceitamos ultimatos de ninguém, não aceitamos a chantagem. As eleições presidenciais já ocorreram na Venezuela e, se os imperialistas querem novas eleições, que esperem até 2025".
                 Espanha, França, Alemanha, Reino Unido, Holanda e Portugal deram a Maduro um prazo de oito dias, no sábado passado, para convocar eleições. Caso contrário esses países devem reconhecer a Juan Guaidó como presidente da Venezuela, para que organize novas eleições.
                   A 30 de janeiro, o Parlamento Europeu discutiu e aprovou o reconhecimento interino da Venezuela, e deve anunciar hoje o apoio a Guaidó. Dessarte, o líder do Parlamento, Antonio Tajani, declarou que Guaidó é o "único interlocutor do Parlamento Europeu".
                    México e Uruguai, que se descrevem como "países neutros" na questão da Venezuela, convocaram ontem uma "conferência internacional de diálogo", com representantes dos principais países e organismos internacionais. A conferência foi marcada para o dia sete, em Montevidéu, e os organizadores afirmaram que esperam  contar com a presença de pelo menos dez países.
                      As perspectivas dessa conferência, dada a falta de apoio à Venezuela de Maduro,  não parecem das mais promissoras. Comparecerão países como Nicarágua, hoje submetida à ditadura dos Somoza, e a Bolívia, também isolada, sob o próprio líder  Evo Morales.
                        A ofensiva de Guaidó continuará no fim de semana, com outra manifestação no sábado, data aniversária dos vinte anos da "revolução bolivariana", de Hugo Chávez.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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