terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Itália: ministro neofascista provoca revolta de prefeitos


                        
         O decreto de segurança e imigração, foi aprovado em novcmbro último pela maioria formada pela Liga-Norte (fascista), de Matteo Salvini  e pelo movimento cinco estrelas, de Luigi de Maio (comunistóide).Este, na prática, está a reboque de Salvini, enquanto o Primeiro Ministro, Giuseppe Conte é, na prática pro-forma, pois sem partido não tem qualquer poder efetivo.
        Em um efeito domino contra o decreto de Segurança e Imigração, patrocinado pelo novo gabinete, dominado em boa parte pelo neo-fascista Salvini, muitos prefeitos se têm  rebelado contra as disposições ilegais e mesmo cruéis da nova legislação.  Assim, o prefeito Leoluca Orlando, de Palermo, determinou que as autoridades locais suspendessem medidas que "colocassem em risco direitos básicos dos imigrantes em situação regular". Na prática, as autoridades municipais são autorizadas a concederem residência fixa, ao expirarem os dois anos de proteção temporária que lhe são concedidos. Por conseguinte, essas autoridades municipais são instruídas a desobedecer decreto que impede estrangeiros que receberam essa proteção humanitária a solicitar residência fixa uma vez findos os dois anos de proteção temporária.
         Foi para evitar essa mudança brutal na lei que a modificação está sendo criada, à revelia do decreto neo-fascista.  Nesse sentido, Orlando condenou de forma veemente o Decreto Salvini, ao sair de uma reunião com outros prefeitos para articular recurso à Justiça a fim de suspender a aplicação da lei xenófoba.
          A respeito, assim se manifestou o prefeito, que é do Partido Democrático: "O decreto é desumano, porque a reduz a proteção humanitária por razões políticas, e criminoso, uma vez que tranforma imigrantes legais em ilegais. Não trata dos chamados "clandestinos", que vêm à Itália sem permissão, mas sim cria a situação de ilegalidade para os que já estão aqui", afirma o prefeito.
           Leoluca Orlando enfatiza que o decreto Salvini mira, sobretudo, o acesso ao registro civil, retirando-o de pessoas que já o tinham ou que estão na Itália legitima-mente. "Sem isso, observa o Prefeito, não se pode ter um contrato de trabalho e, com o fechamento dos centros de acolhimento,o resultado é que teremos de 90 mil a 120 mil pessoas pelas ruas. Isso inclui jovens que aqui chegaram sozinhos há cinco ou sete anos. Eles estudaram em nossas escolas, comem à italiana, jogam calcio (futebol). Ou seja, na prática são jovens italianos. Com o término de sua proteção humanitária aos dezoito anos, em  um dia se tornam clandestinos, destinados à ilegalidade".  Esse movimento de protesto e dissociação, é acompanhado por cidades como Florença, Turim, Parma, Bolonha, Reggio Calabria, Cerveteri, Bari e Pescara.  
         
( Fonte:  O Globo, reportagem de Heloisa Traiano )

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