Para implantar a
redemocratização na Venezuela, é imprescindível despojá-la das lacerações
impostas pelo chavismo e suas sequelas ditatoriais. Assim, as facções da
Oposição dita Moderada, aquela que pensara possível pactuar com o imperante
chavismo - v.g., Henri Falcón, Manuel Rosales e Henry Ramos Allup - devem ser,
assim como o ditador Nicolás Maduro, sua corrupta clique, e todos os integrantes do Tribunal Supremo
que pactuaram com a ditadura afastados sine diem até o restabelecimento pleno da democracia na Venezuela, e doravante excluídos dos cargos políticos e
jurídicos que desonraram pela ação respectiva.
Por sua vez, os líderes democráticos, que não pactuaram
com a ditadura chavista - i.e., Leopoldo
López, Maria Corina e Henrique Capriles ( e decerto a lista é longa e
deprimente, pelas injustiças e mesquinharias que encerra) devem, se acaso
forçados ao exílio, retornar de imediato à sua pátria e à arena da democracia, dada a qualidade e o
valor da própria participação,que os então representantes do Chavismo tentaram
macular, pisotear, amordaçar, desfigurar e, numa palavra, desmerecer. Tal se
aplica igualmente a tantos outros líderes democráticos que foram forçados ao
exílio, como Antonio Ledezma, o Prefeito de Caracas. Como se verificará pelo
regresso de venezuelanos e venezuelanas, perseguidos pela ditadura chavista, e
que, por conseguinte, muitos se viram lançados à prisão e aos cárceres,
masmorras e calabouços, e outros porventura antros da ditadura de Maduro, com
seus infames sítios de tortura e sevícias do Sebin, formalmente denominado Serviço Bolivariano de Inteligência e congêneres, ou porventura forçados ao exílio
por seu amor à democracia, ou pela falta de condições mínimas existenciais,
ditadas pela cruel hiper-inflação, causada pela criminosa desídia de funcionários
irresponsáveis e seus corruptos chefes.
Mas essa lista, que já é longa, se tornará quilométrica com a inclusão de populares que se viram em multidões crescentes e muita vez anônimas tangidas a outro exílio, não o político, mas aquele econômico, que pode ser e muita vez é ainda mais cruel de o que aquele ditado por divergências políticas. Reporto-me à pobreza e à miséria ditadas pela falta de emprego e daquelas condições que caracterizam países com nível econômico adequado, abertos ao emprego e à justa paga à classe trabalhadora, e não à miséria do desemprego, da desnutrição e da fome, que é a expressão extrema do desastre econômico da hiper-inflação que a desonestidade e a incompetência unidas costumam acarretar para a economia, como a criminosa displicência no combate a hiper-inflação surge como a fautora de tantas injustiça na antes próspera e generosa economia da eterna pátria do libertador da América hispânica. Enquanto não se reverter a esse anônimo e cruel fautor da crise do exílio ditado pela falta de condições mínimas de uma existência digna, a fuga das gentes em busca de emprego, alimentação, cuidados médicos e habitações dignas há de persistir, para vergonha e opróbrio para os governos que acaso venham a ser coautores nesse genocídio silencioso que é a falta de mínimas condições existenciais financeiras que assegurem a todas as classes a existência digna, livre dos obstáculos do atual dia-a-dia na Venezuela.
( Fonte: O Estado de S. Paulo )
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