sábado, 5 de janeiro de 2019

Grupo de Lima pressiona Maduro


                                           
        O  Grupo de  Lima não reconhecerá o novo mandato do Presidente Nicolás Maduro, a iniciar-se no próximo dia dez de janeiro. Em declaração, a maioria do Grupo exigiu que Maduro deixe o cargo e transferia o poder para a Assembleia Nacional, controlada pela Oposição, mas sem poderes efetivos, desde que foi criada pela fraude a chamada Constituyente, e que é presidida agora por Diosdado Cabello, um dos radicais duros do corrupto regime chavista, a que preside o protegido de Chávez, e ex-caminhoneiro Nicolás Maduro.
            O único país que não se associou a essa exigência foi o México (não está esclarecido se o Uruguai mudou de posição - antes apoiava Maduro). A par disso,os países do bloco prometeram uma série de sanções contra membros do Governo venezuelano, além de pressionar o Tribunal Penal Internacional (TPI), na Haia, a investigar crimes contra a Humanidade cometidos pelo governo Maduro.
              A esse propósito, declarou o novel Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, em seu primeiro compromisso oficial à frente do Itamaraty: "Nossa prioridade é criar um fato político que possa induzir a uma mudança na Venezuela."
               Por sua vez, para o chanceler peruano, Néstor Popolizio, a declaração de Lima tem uma mensagem política contundente. "Não reconhecemos a legitimidade do novo governo venezuelano", disse o Ministro peruano.  "Pedimos a Maduro  que não assuma a presidência, respeite as atribuições da Assembléia Nacional e transfira provisoriamente o poder até que ocorram  novas eleições."
                Outras medidas incluídas na Declaração determinam o veto ao ingresso de funcionários de alto escalão do governo venezuelano, conforme a legislação de cada país.

                É de assinalar-se que, como seria previsível, o México, hoje governado por Andrés Manuel López Obrador foi o único país de treze nações que não participou da reunião e tampouco subscreveu a dita Declaração de Lima.

                  Por outro lado, cada membro do Grupo de Lima deve igualmente elaborar uma lista de pessoas físicas e jurídicas ligadas ao governo venezuelano, que terão bens congelados e serão proibidas de mover recursos nos países do bloco. Os chanceleres do Grupo também prometeram avaliar restrições a empréstimos ao governo venezuelano em organismos internacionais. Houve a geral expressão de preocupação dos partícipes da reunião com o êxodo de refugiados e com a grave crise econômica e humanitária da Venezuela. 

                     Como se sabe, em dezembro último, o Peru propôs que os países do Grupo de Lima rompessem relações diplomáticas com a Venezuela. "É muito importante que o Grupo de Lima continue pressionando a Venezuela a restaurar a democracia no país", assinalou o ministro peruano, o único a dar declarações depois da reunião.
                       Nesse contexto, Maduro "reelegeu-se" em maio, em uma eleição que foi boicotada pela Oposição (a qual, desde 2017 tem as funções legislativas na Assembléia suspensas pela Justiça chavista).  Suspeita-se que o líder bolivariano antecipara a votação para presidente - prevista apenas para o fim do corrente ano - por temer que o agravamento da crise pudesse prejudicá-lo.
                      É de notar-se, outrossim, que o sucateamento do ente petrolífero PDVSA  (conforme escancarado pela alienação por Maduro de quinhões do capital soberano desse entidade petrolífera para o presidente Vladimir Putin, a escassez de dólares determinada pelas sanções da Administração Trump, e a queda das cotações do petróleo, em paralelo à impressão de bolívares sem qualquer lastro, jogaram a Venezuela em uma crescente corrente-espiral hiperinflacionária, a par da fome generalizada na população, decorrente da escassez de alimentos e insumos básicos, além da falta criminosa e generalizada de medicamentos e de outros produtos básicos de uma economia na prática destruída pela irresponsabilidade da liderança chavista, encabeçada por Nicolás Maduro.

( Fonte:  O Estado de S. Paulo )

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