Dada a posição de fraqueza que a
Chanceler Ângela Merkel escolheu como posição política no que tange ao Kremlin - e tal se viu com crescente
clareza desde as negociações com Putin de acordo com os supostos rebeldes
separatistas que atacam a parte oriental da Ucrânia - a Alemanha volta a sofrer
um ciber-ataque que atinge centenas de políticos (inclusive a própria Merkel,
agora em melancólico fim de carreira), além de artistas e jornalistas. Nesse
sentido, o governo alemão - que a Merkel ainda preside - qualificou de
"ato grave" contra as instituições democráticas e convocou reunião de
emergência dos órgãos de cíberdefesa.
A porta-voz do Bundeskabinet, Martina
Fietz afirmou que nenhum "dado sensível" sobre Frau Merkel, políticos ou membros do governo foi levado ao
conhecimento público. Mas nos documentos divulgados ontem há e-mails enviados à Chanceler e até
correspondência particular.
Conforme a imprensa alemã, os hackers - que ao parecer seguem os mesmos
procedimentos que, com sucesso, adotaram quando da invasão dos dados do
Diretório Nacional Democrata, em 2016, quando na cercania da eleição em que a
favorita Hillary Clinton não confirmara os prognósticos, por conta de pessoas como o diretor do FBI, James Comey - segundo a
imprensa germânica, os hackers publicaram dados com detalhes bancários e de
cartões de crédito, além de números de telefones, celulares, conversas por
e-mail, e documentos de identidade de políticos
de todos os grandes partidos da RFA, exceto da AfD (a fascista
Alternativa para a Alemanha).
Todo esse vazamento de dados foi
orquestrado a partir de uma conta no Twitter, com cerca de 17 mil seguidores no
período natalino (embora o governo só haja publicado a informação no dia de
ontem). O Gabinete de Segurança de Computadores afirmou no Twitter que foi
"ciberataque contra políticos", e aduziu que está "investigando intensamente o assunto com
a estreita coordenação das autoridades". Em 2018, segundo indiscrições de
políticos uma potente invasão atingira a rede de computadores do Auswaertiges
Amt (Ministério das Relações Exteriores). A crer pelos ultradiluvianos
elevadores utilizados pelo prédio do MRE - eles jamais param e os usuários têm
de pular para dentro da cabine móvil...- pode-se imaginar que a rede de
computadores do MRE germânico não deve ser também de última geração...
A Rússia de Putin é a culpada
da vez, atendido inclusive o precedente do sanhudo ataque contra o Diretório do
Partido Democrata - vejam só, o partido da candidata Hillary - e tudo isso
então passaria sem qualquer reação do na época amorfo presidente Barack Obama,
que não terá visto razões de maior peso para levar a ousadia de Vladimir Putin
ao conhecimento da Nação e dos órgãos políticos... É ainda o famigerado grupo
APT28 - e aliás especialistas hoje acreditam que esse mesmo grupo está por trás
dos ataques durante a eleição presidencial dos Estados Unidos, em 2016, de que
ora também se ocupa o procurador-especial Robert Mueller III.
"O vazamento dos dados
de centenas de políticos da RFA é algo alarmante, mas ao mesmo tempo não é
surpreendente", declarou Mike Hart, da empresa de segurança (?) on-line FireEye. "Quem quer que seja o
responsável, pretende intimidar os políticos, mas não terá sucesso" (?),
disse Lars Klinbell, secretário-geral da SPD (Sozialpartei Deutschland), que é
membro da coalizão da Merkel.
O que é surpreendente que -
assim como o presidente Obama, que muita vez procurou cortar as asas de sua
chefe do State Department, e nunca
reunira a coragem de confrontar as invasões cibernéticas et al. de tovarisch (camarada) Putin, a Merkel também parece adotar
essa estranha e resignada posição de extremo pacifismo cibernético...
(
Fontes: O Estado de S. Paulo; The New Yorker )
Nenhum comentário:
Postar um comentário