É
assim mesmo, caro leitor. O título vai
em dezesseis e as letras do artigo em tipo catorze, que faz parte do protesto
do contribuinte e do morador que pensa se ter passado por tempo demasiado o
ledo remanso do pântano dessa Alerj,
que não é corrupta de véspera, e a que, por considerável espaço de anos se
permitiu quedar à sombra, com a silente autorização de cometer a todos os
abusos.
Já
sabia que a Alerj, assembleia de um
estado em crise e com muito menor base econômica do que São Paulo - faz tempo
que a presidência fugiu do Rio de Janeiro - tivesse, no entanto, orçamento
maior do que aquele do congresso estadual paulistano. Isto, além de representar
um peso para o estado carioca, colocava a Alerj
em limite muito além das reais possibilidades econômicas, se comparada à
Assembleia de S. Paulo.
Terão
sido governadores corruptos - como Pezão e o seu notório antecessor, um
caso-limite de ladroagem, como foi Sérgio Cabral - que levaram o Rio para esse
abismo que a Alerj veio tão bem
expressar.
Mas
como é possível minha gente que a presidência da Alerj disponha de 231 cargos? Não há comparação possível com
outras casas legislativas.
A
inchação da Alerj reflete, na
verdade, um caso-limite de ambiente pró-corrupção. Mesmo se tal não seja o caso
- embora a pouca verossimlhança dessa hipótese, a comparação com a Assembleia
Legislativa de São Paulo coloca a Alerj em situação muito desconfortável.
Trata-se do estado mais importante da Federação, e o gasto da Assembleia de São
Paulo, com apenas doze cargos na presidência, a coloca em posição séria e
confortável, em flagrante contraste com a Alerj.
( Fonte: O Globo )
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