O
desmanche da presidência Donald Trump continua, com velas pandas, e o maior fautor é o próprio
presidente. Ele já é responsável pelo maior fechamento do governo americano na
História, e continua empenhado na sua insana campanha, embora haja desistido de
declarar emergência nacional, o que lhe abriria o Tesouro para utilizar nessa
sua tresloucada campanha pró-construção do muro. Pelo visto, ainda lhe resta
uma migalha de bom senso, pois a declaração de emergência, por ele
artificialmente criada, seria de uma
imprudência política tal que nem ele teve coragem de assumi-la...
Entrementes, cresce a justificada revolta entre os funcionários públicos
americanos, cujos salários não estão sendo pagos, por disposição estatutária. O
FBI demonstra evidente mal-estar, pois tem congelados os próprios meios de
investigação, com claro perigo para a segurança nacional americana.
O caráter fútil dessa determinação - que não passa de um rompante de Sua
Excelência - sem qualquer fundamento em emergência nacional tende a ainda mais
minar-lhe a eventual confiança que porventura ainda mereça, eis que toda essa
encenação de fundos para o "muro"
contra a suposta invasão das hordas mexicanas e centro-americanas só lhe
aumenta a impopularidade, eis que não passa de uma gigantesca encenação
política, que muito tem contribuído para corroer o eventual depósito de
bom-senso que lhe poderia se atribuído, além de causar uma generalizada revolta
entre os serviços do FBI, os de Imigração, bem como os funcionários públicos em
geral, que são forçados a leiloar os próprios bens para conseguir dinheiro para
fazer as compras...
Por outro lado, outra personalidade que não se deixasse arrastar por
ideias e decisões fúteis - que prejudicam já milhões de pessoas - sopesaria
melhor o estrago na própria imagem - já bastante atingida, de resto, como se
vê, pelo fato de que o FBI esteja empenhado em investigar uma possível conjura
de Trump com os russos, em detrimento do interesse nacional americano.
Trump surge o maior inimigo dele próprio, da forma em que sabota a sua remanescente
popularidade - que anda claramente pelos baixios - e pelo que parece facilitar
uma intervenção dos órgãos federais de segurança para promover a sua acusação,
nos termos de um eventual impeachment - não é descontado pelos expertos em
impeachment, com probabilidade crescente, dada a sua impopularidade e a
crescente erosão acrescida do respectivo prestígio.
( Fonte: O Estado de S. Paulo )
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