quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Paloma, a sobrevivente


                             

         Paloma Cunha tem 22 anos. Ao sair do Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, mostrando na epiderme as marcas da tragédia espalhadas pelo corpo inteiro,  Paloma e o pai criticam a mineradora: "Até agora, a Vale não proporcionou nada para nós; estamos dependendo de amigos".  Paloma ainda tem esperança de que o seu bebê esteja com vida. Ela perdeu o marido, Robson, enterrado no domingo, uma irmã Pamela, mas conseguiu sobreviver porque foi puxada por um socorrista que usou uma corda para o resgate dela da lama.

          Paloma não quer relembrar o pavor daquele dia, quando o estouro da barragem de Brumadinho levou parte da vida dela e da família. "Vocês me desculpem, mas prefiro não relembrar, porque é muito difícil", disse, enquanto caminha amparada pelo pai, Lucimar, no fim da tarde.  Paloma ainda espera - e o faz contra a cruel evidência - "que o bebê esteja com vida". Lamentou a morte do marido, Robson, que nesse domingo já foi sepultado. Paloma diz que o marido morreu "por causa de imprudência da Vale". E acrescentou: "estou indignada."

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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