Paloma Cunha
tem 22 anos. Ao sair do Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, mostrando na epiderme as marcas da tragédia espalhadas pelo corpo inteiro, Paloma e o pai criticam a mineradora:
"Até agora, a Vale não proporcionou nada para nós; estamos dependendo de
amigos". Paloma ainda tem esperança
de que o seu bebê esteja com vida. Ela perdeu o marido, Robson, enterrado no domingo, uma irmã Pamela, mas conseguiu sobreviver porque foi puxada por um socorrista que usou uma corda
para o resgate dela da lama.
Paloma não quer relembrar o pavor
daquele dia, quando o estouro da barragem de Brumadinho levou parte da vida
dela e da família. "Vocês me desculpem,
mas prefiro não relembrar, porque é muito difícil", disse, enquanto
caminha amparada pelo pai, Lucimar, no fim da tarde. Paloma
ainda espera - e o faz contra a cruel
evidência - "que o bebê esteja com vida".
Lamentou a morte do marido, Robson, que nesse domingo já foi sepultado. Paloma
diz que o marido morreu "por causa de imprudência da Vale". E acrescentou: "estou indignada."
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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