A
coragem pessoal, a força da posição de
princípio, e a oportunidade diante de manifestação isolada, que se funda não no
oportunismo de maiorias automáticas, sem a face da legitimidade, mas sim na
determinação de confrontar regime podre, fundado na força militar e na
confluência de interesses escusos, que sufocam a riqueza de um país, e forçam a
emigração, mais tangida pelo desespero do que pela esperança, de mais de três milhões de infelizes, para
quem o exilio, com seus milhares de desconfortos surge melhor do que a pátria
amada, convertida em valhacouto de ladrões e saqueada por bandidos de beira de
caminho, malgrado a riqueza do seu petróleo, que o canalha Nicolás Maduro malversa em viagens de mendicante, chegando a ousar
vender patrimônio nacional que não lhe
pertence para rapaces ditadores, do gênero de Vladimir Vladimirovich Putin.
Tudo isso e a bendita faísca da bravura e do exemplo, que não teme as
fáceis ameaças do ditador cuja fórmula de apropriar-se da riqueza nacional e
malbaratá-la, em desvarios de corrupção e sangue, cercado pelas ratazanas que
rondam os cofres da Nação, e os esvaziam na desenfreada fome dessa anônima
turba, a quem a melhor indumentária, o veludo mais brilhante se torna mais
opaco e andrajoso do que as vestes dos mais vis da turba ignóbil que vive à
roda do ditador, ganhando a própria paga
nas descaradas louvaminhas que entoam para o Tirano.
Os festins de Baltazar não são orgias encafuadas em distantes tiranias
perdidas em terras visitadas pela peste e ferozes inimigos, de que guardamos em
sincopadas, por vezes enigmáticas narrativas,
que muitos imaginam só deparar em rincões afastados, na verdade
empurrados para terras inacessíveis.
Juan Guaidó é a figura
solitária da coragem, na verdade, individual bravura, que a tudo defronta, em
um mundo para muitos já demasiado velho, e corroído pelo cético caradurismo,
que os muitos, os oi polloi da plebe
ignara e ignava fingem não ser o alvo da própria vingança retributiva que, sem
falhar sequer, visita a todos os
lúgubres, lúridos festins de Baltazar,
para armados da bravura que a poucos visita anunciar a própria incrédula,
impossível, e irrealista aparição, a que a História, essa megera desdentada
repete no seu palrear indecifrável para os poderosos da Hora, embora que muito claro, pungente mesmo, para esses oi polloi que do nada surgem, que da obscuridade irrompem, assim
como quem hoje é - porque ousou chamar-se, em meio ao descrédito e a covardia
dos muitos - Presidente constitucional
da República bolivariana da Venezuela.
Quem tem coragem faz a Hora acontecer. Se a conveniência e a covardia
reinassem ad saecula saeculorum ainda
viveríamos em cavernas, lá encafuados
temendo a aparição das bestas selvagens da vez.
(
Fontes: O Estado de S. Paulo, Folha de
S. Paulo )
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