Na
presente situação política, Nicolás Maduro não tem escolha, e Vladimir Putin se
serve, quase à vontade. Como sublinham comentaristas do Washington Post, na qualidade de aliada - diria, na realidade,
vassala - a Venezuela sai barato demais para
a Rússia. O que é para lá de inquietante constitui a maneira com que o
cambaleante governo de Caracas está liquidando bens perenes de seu próprio país, e sem
quaisquer condições de dispor de uma relação de troca que se assemelhe a comércio
igualitário e soberano, cedendo - na verdade, malbaratando, por 'empréstimos' modestos,
quase ridículos pela desproporção, na realidade forçados pela extrema
sujeição que desvelam- mas que lhe surgem preciosos e irrecusáveis, assim como o seriam para um
sedento viajante no atual deserto de crédito, em troca de um copo de água que lhe assegure uma
extensão de vida creditícia, em proporções que lhe seriam ofensivas se não se
visse em hora difícil, na verdade desesperada, a que o lançou a própria funda e
irremediável incompetência, e esse torpe, grosseiro e infinitamente
desequilibrado escambo só faz relembrar aquelas trocas ruinosas feitas no
passado por pobres indígenas de culturas que lhes impossibilitavam a realização
de qualquer relação de intercâmbio que
não fosse calamitosa para a sua própria comunidade. Estamos diante da crua realidade
de alguém na lastimosa condição um parceiro vassalo, que no linguajar comum se
descobre devendo as próprias calças e se acha a tal extremo manietado por
obrigações políticas, econômicas e
financeiras, que um credor normal, e não o implacável poker-faced Vladimir V. Putin, haveria de perguntar-se se tem algo
de ético, sério e perene nessa despudorada e totalmente desequilibrada relação
de escambo entre um miserável, a bout de
soufle em termos de condições de crédito, surgidas, é certo, por causa do
próprio comportamento irresponsável e fora de qualquer parâmetro normal de
relação tanto comercial, quanto patrimonial e financeira. Na verdade - e me dirijo aqui aos senhores das
finanças internacionais, no contexto das relações válidas e soberanas,
envolvendo próprios nacionais. Diria mesmo que essas modestas considerações têm
validade em qualquer lugar sério desse mundo, vasto mundo, na
frase do grande poeta da nacionalidade brasileira, o mineiro Carlos Drummond de
Andrade.
Pois, em
verdade, meus caros senhores e senhoras, dessa tribuna mundial do crédito, e,
por conseguinte, protetora das nacionalidades cujos bens se descubram malbaratados
por devedores contumazes e por ditadores irresponsáveis, pois, se me me
permitem a reiteração, essas considerações valeriam em qualquer lugar sério
desse mundo - sempre voltando à frase clássica e perene do grande tesouro da
nacionalidade brasileira, com o sal mineiro do bom senso. Em que condições éticas e morais, dentro da
brutal realidade do próprio descalabro financeiro da pátria de Simón Bolivar, o
Libertador das Américas, criado na realidade hodierna a funda incompetência
financeira e falta de qualquer sentido voltado para a preservação para os bens da
Pátria, esse senhor em miserável condição de crédito, condição criada pela
própria incompetência e incapacidade negocial e patrimonial, ora malbarata
partes significativas de cinco campos de petróleo, cedidos para todo o sempre
pelo equivalente a umas colheres de mel coado que sirvam de muletas para o seu cambaleante
governo a tentar resistir por mais uns meses e, quem sabe?, aninhos perante a
própria irremediável incompetência que o condena a tal situação de devedor que se vê forçado a vender o patrimônio da
Pátria em troca de uma salvação temporária e, na realidade, por extremo
precária.
Nesses
termos, na minha condição de sul-americano e de admirador da velha Pátria de
Bolivar, que luziu em outros momentos da História continental, com o brilho de uma estrela quase solitária em um céu sul-americano pontilhado de ditaduras
militares, quero crer que seria mais do que oportuno que as instâncias
internacionais desse vasto mundo do poeta Drummond de Andrade fossem acionadas
com a necessária e manifesta urgência para que, de alguma forma que pareça
correta aos poderes desse mundo - e me refiro em particular àqueles financeiros
- as chamadas instâncias competentes que venham a salvar o Povo Venezuelano
daquele que, sem qualquer consulta e em condições manifestamente impróprias e
mesmo ilegais, está malbaratando patrimônio que na verdade não lhe pertence,
manietado que está por injunções financeiras que são decorrência de profunda
incapacidade de gerir o patrimônio dessa antiga Pátria de Bolívar.
( Fontes: Drummond de Andrade e
Carta das Nações Unidas )
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