quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

O Assassínio de Oscar Pérez

                   

         Não será o primeiro mártir da revolução popular venezuelana,  que mais dia, menos dia,  irá derrubar o corrupto regime encimado pelo narco-ditador, como o chama Óscar Pérez, com a precisão de os que têm bem presente a extensão da corrupção enraizada no tráfico de drogas, um dos principais suportes desse regime maldito que Hugo Chávez, nas vascas das agonia,  decretara para a terra de Simón Bolivar.                          
          À pútrida e incapaz governança do atual potentado chavista horroriza a simbiose do adversário capaz, corajoso e carismático como esse mártir da futura democracia na Venezuela,  que foi trucidado por fúria tão fria quanto feroz, no covarde frenesi de quem tudo lança para fazer desaparecer  o fero patriota que grita presente!, mesmo sem a esperança do momento, porque dentro dele leva a fé indômita dos heróis que não se curvam diante de líderes de fancaria.
           Querendo encenar-lhe a morte como advertência ao povo,  em verdade  Maduro prepara a própria tumba. A grandeza de Óscar Pérez e de seus companheiros de luta,  não a destruirá  a violência  inaudita do lança-granadas antitanques RPG-7  assestado  para fazer explodir a casa onde estava um punhado de combatentes pela democracia.
            Quem utiliza meios desmedidos  para tentar destruir, talvez pulverizar  a heróica figura do adversário contra o despotismo, sem desejá-lo põe a nu a própria covardia, que o uniforme e o mando não logram encobrir.
            Usar a pólvora do poder contra o Povo será arma de pouca serventia, porque, enquanto as vítimas enobrece,  mergulha no pútrido fumo do desespero e da desonra,  os tiranos da ocasião, que a própria sorte desencadeiam no frenesi do medo e seus excessos, que não logra esconder-lhes o pavor e a torpe, trêmula covardia do carrasco,  que vê refletido nas paredes do Palácio  os pressagos riscos do menetekel aos tiranos destinado.
            A ditadura teme a decisão daqueles que se alevantam contra ela, a ponto de consumida pelo temor, têm horror dos heróis que não dão trégua ao ditador e à corja de militares que o servem, porque imbuídos do amor à pátria que essa turba finge servir, eles hão de continuar a aparecer-lhes pela frente, na coragem indômita e na determinação sem temor, que lhes visitará, a esses fanfarrões fardados, que tentam refugiar-se nas loas à pátria,  dessa mesma terra de que hão de repontar, sem outro temor que o da desonra,  os milhares de soldados  que os generais de palanque mandaram matar com o mais forte explosivo, para fustigar, fuzilar e se possível fragmentar todo aquele que, como o soldado Oscar Pérez, ouse ameaçar as alvas fardas dos generais  do poder, sob a fantasmagórica sárcina  de ridículas condecorações de militares de gabinete,  encastelados nos seus palanques e palácios.


( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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