quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Entrevista do General Villas Bôas

                        
       Faz alguns dias, o Comandante do Exército, General Eduardo Villas Bôas fez declarações  de grande interesse, e creio que pela sua importância devam ser referidas pelo blog.
        Em entrevista ao Estadão,  o general critica negligência de parte dos Estados e avalia que tropas federais não resolverão o problema.
        Nesse contexto, o Comandante do Exército  sublinhou: "Há preocupação de contaminação e por isso queremos evitar uso frequente".  "Recentemente,  no Rio,  verificamos desvios de nosso pessoal. Foram pontuais, restritos a um ou outro indivíduo de nível hierárquico baixo. Está infinitamente distante de representar problema sistêmico ou institucional. Mas estamos permanentemente atentos".
          O Comandante também se mostra  incomodado com a possibilidade de "uso político" das Forças nas eleições e avalia que no dia 24, data de julgamento de recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Porto Alegre, a Brigada Militar gaúcha tem "plenas condições" de controlar a situação.
          Sobre a segurança pública do país, o general  Villas Bôas assim se manifesta:
          Tem havido negligência com relação à segurança pública no País. Mas também é surpreendente  uma certa passividade da população em relação a isso.  Nenhum conflito no mundo hoje faz perder o número de vidas que temos no Brasil, onde são assassinadas 60 mil pessoas por ano. Há negligência em grande parte dos Estados. Mas a questão da segurança é muito profunda e está claro que o simples emprego das Forças Armadas não tem capacidade, por si só, de solucionar problemas de segurança  pública  que estamos vivendo.
             Perguntado pela jornalista onde a situação é pior, o general respondeu:
              Nos Estados do Nordeste,  os índices de criminalidade são mais altos do que no Rio de Janeiro. Só que o Rio é uma caixa de ressonância. Por isso, é difícil dizer onde é mais grave ou não. No Rio Grande do Norte, de onde sairemos neste fim de semana, fomos empregados pela terceira vez e, neste espaço de tempo, estruturalmente nada foi feito na segurança pública do Estado.
                Perguntado pela jornalista Tania Monteiro: Como resolver esta questão da criminalidade que afetou a segurança pública?
                "Somos um país carente de disciplina social, que prioriza os direitos individuais em relação ao coletivo e ao interesse social.  E um ambiente de pouca disciplina favorece à diluição das responsabilidades. Por isso, há uma certa resistência a que se busque o saneamento das condutas individuais e coletivas. Por outro lado, estamos vivendo  uma imposição do politicamente correto, vivendo uma verdadeira ditadura do relativismo e com uma tendência a que não se estabeleçam limites nas condutas. Isso vai numa onda e volta em um refluxo que atinge as pessoas e a sociedade como um todo. Isso está na raiz dos problemas, insisto, do politicamente correto, privilegia e atua reforçando o seu caráter ideológico e não apresentando a solução dos problemas. Quando nós vemos agressões a mulheres, abusos, quando vemos desrespeito, na raiz disso está a falta de limite e de disciplina que existe na sociedade. Precisamos de muito mais educação e responsabilidade por parte de todos e cada um precisa cumprir efetivamente seu papel e assumir suas responsabilidades até em relação à segurança.


(Excertos da entrevista do general  Villas Bôas ao Estado de S. Paulo) 

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