A
pergunta pode parecer um pouco fora de propósito, com pitadas ou de humorismo, ou de
insensatez.
Mas
não é nada disso.
Está
aí o indefectível Donald Trump, a questionar-nos, com a sua
expressão quase estólida, na verdade um tanto sobre o imbecil, e
dizer-nos de cambulhada que está tudo decidido, que tudo irá, senhora marquesa,
no melhor dos mundos, e que o destino de Hillary Clinton é a cadeia.
Se
parássemos um instante, e déssemos razão a este senhor que, malgrado o esforço
por ele feito, não consegue mostrar, seja inteligência, seja uma visão séria do
futuro que promete à sociedade americana.Talvez nos envolvesse perturbadora
suspicácia - será que estamos ficando como ele?
Depois, damos um passo atrás
- e quem não o deu, e por isso
agradeceu à entidade na qual acredita?
Seguir os fanfarrões, os que prometem mundos e fundos, a razão, essa
chata, costuma mostrar-nos que melhor seria não imitá-los e, ainda mais, não
lhes dar crédito.
Tampouco é aconselhável seguir os passos de quem o fel cultiva, ou a
inveja. Desfazer de um perdedor ou perdedora, é coisa fácil. Além disso, terás
o apoio de Maria vai com as outras, aquelas que pensam reforçar o negativo ao
engrossar a turma que se associa aos ganhadores, pensando mandar ainda mais
para baixo quem perdeu.
É,
no entanto, uma via perigosa esta, a de
acorrer, e com pressa, a quem
já ganhou.
Pensando mais nos outros, do que no próprio sentimento, como evitar não
passar a imagem de oportunista. Impressão tão terrível quanto estúpida, a de
mostrar o que realmente é, alguém sem
personalidade e sem ideias na cabeça, pronta a aderir, e não pelo que pode
trazer de bom, mas apenas ao vencedor de turno.
Assim agindo, mostras não só o que és, mas também o quão pobre é a tua
escolha.
Como o adesismo não é programa de governo, mas uma tábua nua, ele mostra
a diferença entre presente e futuro.
Mais do mesmo, com pitadas de futuro esturricado, o que teremos é a
caricatura do status quo, um cruel
embuste que junto com a peçonha tem muito pouco a mostrar.
Mas falar mal de quem perde será fácil, por mais que tal futuro traga
sempre a imagem retorcida no maligno, sem gota sequer de boa vontade.
( Fonte: artigos
sobre Hillary no New York Times: tanto o negativo, por Amy Chozick, HC ignited a Feminist Movement by Losing; quanto
o positivo, este escrito por Gail Collins: Hillary Lost, but the future is
hers.)
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