Papa Francisco é o protagonista de uma viagem que tem sido muito
visitada pela violência. Nesse sentido,
a passagem do Sumo Pontífice por Temuco,
no sul chileno, foi marcada por uma série de ataques, atribuídos a radicais
mapuches, uma etnia indígena que reivindica direito à terra.
Ao parecer, a religião católica semelha um tanto
co-responsabilizada em tais choques, eis que pelo menos duas igrejas e uma
escola foram incendiadas, assim como três helicópteros empregados por empresas madeireiras. Em uma semana, mais de dez templos cristãos
foram atacados.
Embora a etnia mapuche não haja
assumido responsabilidade pelos ataques dos últimos dias, segundo o promotor
Enrique Vásquez, investigadores encontraram na igreja e na escola, ambas
incendiadas, da Cidade de Collipulli materia de propaganda com mensagem exigindo
a libertação de prisioneiros mapuches.
Ao contrário dos casos de abuso
sexual e de pedofilia de religiosos, o tema indígena já estava na pauta da
viagem de Francisco ao Chile e Peru (a visita de Sua Santidade a este segundo
país é esperada para hoje, 18 de janeiro). Assinale-se que o Papa tem interesse especial pela questão indígena.
Nesse sentido, tem em vista valer-se do giro latino-americano para preparar o
terreno para um encontro eclesiástico, em 2019, sobre os povos indígenas e a
Amazônia. Essa próxima peregrinação pontifícia pode ser muito útil para um
reenfoque e uma revalorização da Amazônia, que se tem permitido ultimamente
desbastar de respeitáveis áreas florestais, o que carece de ser combatido com a
maior severidade.
Retornando aos mapuches, cerca de
duas mil comunidades mapuches - cerca de setecentos mil pessoas - vivem no
Chile pacificamente, à espera de que o Governo lhes devolva as pequenas
parcelas de terra de que foram despojados. Por outro lado, organizações
conscientes dos direitos indígenas
reivindicam a devolução por inteiro do território ancestral.
Papa Francisco tratou desse tema,
e em missa campal de 150 mil pessoas ele pediu diálogo em relação à causa
mapuche.
Após a missa, o Papa
almoçou com oito mapuches, um
descendente de colonos suíços e alemães, uma vítima da violência na região, e
um imigrante haitiano.
Por fim, no correr da jornada
hodierna, Sua Santidade visita Iquique, no norte chileno, quando versará a
questão dos migrantes. Em seguida, o
Santo Padre irá para o Peru.
( Fonte: O Estado de S.
Paulo )
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