Na
'democracia' russa, é proibido à
população manifestar-se, não só contra o
atual presidente, gospodin Vladimir Putin, mas também a favor de eventual candidato a
sucedê-lo, se tal postulante tenha
popularidade que ponha em perigo mais uma reeleição de Putin.
A
justiça russa, que está sob estrito controle de Putin, já aceitara inúmeros processos
contra Alexei Navalny, que é um candidato
com bastante apoio na população russa, e por isso a sua candidatura se vê, na
prática, impedida de apresentar-se.
O
problema com Navalny está na circunstância de que, além de honesto, é
extremamente popular na Rússia, e
daí a receptividade que a sua
candidatura encontra no Povo russo.
Ontem, milhares de cidadãos na Rússia responderam à sua convocação para protestarem contra as
alegadas "pseudo-eleições" de dezoito de março.
Putin
pensara haver "resolvido" a questão Navalny, ao montar no interior russo um juízo em que
o blogueiro Navalny foi condenado
por um dócil juiz em obscuro processo, que segundo não só o atingido estava
eivado de motivação política.
Mas,
como em todo estado policial, os agentes
da ordem estão alerta. Minutos depois de Navalny se ter juntado a seus partidários na rua Tverskaya, no centro de Moscou, ele foi detido por uma dezena de agentes, e
levado à força em furgão policial.
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Em
Moscou, cerca de 4 mil pessoas, de acordo com estimativa da France Presse,
participaram do protesto. Em São Petersburgo, um mil e quinhentos
manifestantes gritaram "Rússia sem
Putin", apesar de cercados por grande dispositivo policial.
Segundo ONG russa, ao menos 180
militantes foram detidos em todo o país.
A farsa da democracia na terra de Putin
pode acaso ser sufocada pelo povo russo?
A tradição autoritária na terra dos czares e dos ditadores comunistas
vai longe. Putin tem a justiça do seu
lado, se considerarmos como justiça esses dóceis juizes - a maior parte
interiorana - que constróem esses processos inquinados por óbvios vícios.
As eleições estão marcadas para daqui a dois meses. O lema de Navalny é:
"Isto não são eleições, mas uma fraude". Manifestar-se contra o Kremlin "é nossa arma
política", declarou ontem, em video, Navalny, o político anti-corrupção,
no qual pede um boicote às eleições de dezoito de março.
O desafio de Navalny não pode ser ignorado. Putin pretende, não obstante, conquistar seu
quarto mandato presidencial, prolongando seu poder no Kremlin até 2024.
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