Dei-me conta hoje de que devo ler com maior assiduidade a coluna do
Prêmio Nobel em economia, mas também em savoir-faire
político Paul Krugman.
Tout
va bien, madame la marchise! é o mote de irônica cançoneta francesa, que deve ser lido
exatamente pelo seu contrário. Na verdade,
tudo vai mal, muito mal mesmo, no mundo em torno, e não há música que
nos vá convencer do contrário.
Em Washington e adjacências se está vivendo em um mundo de pernas pro
ar. Depois do soporífero final do
segundo termo de Barack Obama, do
episódio terminal da democracia americana, em que este senhor presidente nunca
achou oportuno intervir na cena politica, por maiores que hajam sido as
estripulias de Mr Trump (desfaçatez russa na sua aberta intervenção na última
eleição, comportamento inaudito do chefe
do FBI, intrometendo-se em plena votação antecipada no pleito, com pesa-das
insinuações contra a candidata democrata (o FBI está vistoriando o computador do ex-marido de Huma Abedin, a
secretária de Hillary, e não se afaste a possibilidade de que haja questões
comprometedoras para a candidata democrata!).
Quem acaso se importou de que a tal advertência, dirigida a oito comitês
do Congresso, deu em nada, exceto
que virou a tendência da votação, de que favorável a Hillary passou a
beneficiar Trump? Dizer que tudo isso deu em nada, não é exatamente a descrição
acurada da verdade. Pois deu em muito: transformou Trump de perdedor em
ganhador , mas tout va bien, madame la marchise! diriam os aliados - e que
aliados! - de Trump, pois com grande habilidade Mr Comey realizou a grande
mágica de transformar o republicano Trump em ganhador, retirando por um falso aviso o tapete dos pés
da aparente ganhadora.
Houve outras ocasiões, como oportuno artigo do New Yorker mostraria,
quanto a que o enigmático Obama poderia ter feito para alertar o Povo Americano
das estripulias de Mr Trump - inclusive nas jogadas de gospodin Vladimir Putin,
invadindo pela internet o Comitê Democrata, e com todos os seus trolls votando
a favor do cupincha Trump!
Hillary, talvez pela surpresa,
talvez pela raiva, preferiu guardar
silêncio...
Mas hoje tudo vai bem, senhora
Marquesa. Temos um bobo, às vezes
alegre, às vezes carrancudo, mas sempre imprevisível na Casa Branca !
Muitos já se perguntam porquê Mr
Robert Mueller III demora tanto em chegar aos finalmente. Mas e se
chegar? Em geral, os presidentes
escolhem os vices dentro de sua visão de mundo e sobretudo que não lhe façam
sombra!
Ora, ora, teremos de conviver
com alguém que tampouco fará sombra a esse presidente?...
( Fontes: The New York Times, The New
Yorker )
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