O Santo Padre
denunciou, a 19 do corrente, a "escravidão" na Amazônia, durante
encontro com fiéis na cidade de Puerto Maldonado, no sudeste do Peru.
Sua Santidade, além de criticar a
violência contra as mulheres, reportou-se às 'profundas feridas' na floresta,
afirmando que os povos da selva e o ecossistema da região nunca estiveram tão
ameaçados quanto agora.
Papa Bergoglio, na sua homilia, pediu licença para deter-se "em um tema
doloroso". "Nos acostumamos a usar o termo tráfico de pessoas. Mas,
na realidade, deveríamos falar de escravidão." Perante cerca de quatro mil
indígenas, disse: "Escravidão para
o trabalho, escravidão sexual, escravidão para o lucro."
Sem fazer acusações
específicas, o Papa criticou o fato de
algumas organizações internacionais pressionarem países com populações
aborígenes a realizar "políticas de esterilização".
Nesse sentido, Francisco
acrescentou: "eles continuam promo-vendo
a esterilização das mulheres, certas vezes sem o conhecimento delas". O tema é considerado sensível no Peru, pois durante o governo Fujimori (1990 - 2000),
marcado pelo autoritarismo, cerca de
trezentas mil esterilizações forçadas foram praticadas em mulheres peruanas,
segundo funcionários da área da saúde.
A despeito das denúncias
registradas oficialmente por mais de 2 mil mulheres, em sua maioria indígenas e
pobres, os casos nunca se tornaram processos judiciais, pois o Ministério
Público encerrava as investigações, alegando
falta de provas.
"Não se pode considerar
natural a violência contra as mulheres. Não é correto olhar para o outro lado e
permitir que tantas mulheres, especialmente
adolescentes, tenham sua dignidade pisoteada", declarou Papa
Francisco. Nessa região, no primeiro
semestre de 2017, mais de cem casos de prostituição infantil foram registrados
pelas autoridades peruanas."
( Fonte: O Estado de S. Paulo )
Nenhum comentário:
Postar um comentário