segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Colcha de Retalhos F 2

                              

Fim dos protestos no Irã

        Para a Guarda Revolucionária Iraniana, terminaram os protestos de uma semana, os quais deixaram 22 mortos e cerca de mil presos.
        De acordo com o discurso habitual do regime, os distúrbios vieram de fora.  Essa visão negacionista da realidade conflita com a dita disposição de governo e parlamento quanto à resposta a ser dada aos alegados  'falsos manifestantes'.
        Mentiras oficiais à parte, o oficialato agora discute como responder às reivindicações dos manifestantes, que evidenciaram a própria insatis-fação com a corrupção reinante, o desemprego e a crescente disparidade entre ricos e pobres.
         A risibilidade do negacionismo oficialista é também demonstrada pela circunstância de que os protestos  se espalharam por mais de oitenta cidades e municípios rurais, mexendo com milhares de jovens e trabalha-dores iranianos. Os protestos só diminuíram diante da intensificação da repressão, através do envio dos guardas revolucionários (i.e., o exército)  a diversas províncias.
           A tosca mendacidade oficial transpira no comunicado: "Os revolucionários do Irã, junto com dezenas de milhares de forças Basij (a violenta milícia islâmica), polícia e Ministério de Inteligência, quebraram a corrente de tensões", declara a Guarda Revolucionária. Ainda dentro da mentira tosca, atribuíram os protestos e sua organização aos EUA, Reino Unido, Israel, Arábia Saudita e monarquistas...  Se toda essa gente houvesse realmente participado desse "movimento estrangeiro", a situação seria bem mais grave, embora seja autêntica a revolta com o desgoverno dos imãs e de seus prepostos. E é isso que preocupa os ayatollahs. A queda do Xá Reza Pahlevi só se tornara possível quando os imãs levantaram a gente da província, de modo a ter apoio da sociedade  e, dessarte, pôde trazer do estrangeiro o popular ayatollah Khomeini.

A longa formação do gabinete na Alemanha

           Só mesmo a Merkel para manifestar otimismo  diante de uma próxima formação de gabinete com os sociais-democratas. Seria de novo a grande coalizão, de que a princípio a SPD não queria mais saber, tendo sido 'convencida' pelo Presidente (que na RFA é um cargo de influência moral,  politicamente decorativo).
           São longas, infindáveis negociações  cuja principal dificuldade está na política migratória, vale dizer nos limites a serem dados aos asilos. Pesa sobre a mesa de discussão a nuvem da Alternativa para a Alemanha, o partido neo-nazista que, por vez primeira na RFA pós guerra, voltou ao Bundestag.
          A SPD continua a resmungar, e Frau Angela Merkel continua a batalhar para ver se logra presidir mais um gabinete (o que faz, com competência, há doze anos).  O problema continua na SPD e nos eventuais resmungos da CSU (o ramal bávaro da CDU), aquela querendo mais abertura na imigração e a CSU (ameaçada na Baviera pelos neo- nazistas), tentando diminuí-la.
            Na verdade, é uma série de anões que tenta, como no conto de Gulliver, amarrar a Merkel aos próprios caprichos. Se as amarras irão funcionar, é outra estória, que depende da habilidade de Frau Angela, por mais que essa margem se vá tornando estreita ...

Volta do Brasileiro  Jonatan Diniz aos Estados Unidos
  

             Libertado neste sábado, depois de pelo menos dez dias de detenção na Venezuela, o brasileiro  Jonatan Moisés Diniz chegou aos Estados Unidos (Miami)e  preferiu ser lacônico nas respostas ao Estadão.  Disse à reportagem que está "bem". Foi dúbio ao responder se fora torturado no período em que esteve detido pelo Sebin. Preferiu escrever no Facebook que "tortura depende muito do ponto de vista de uma situação".
                A sua detenção fora anunciada pelo número dois do chavismo, Diosdado Cabello, que acusou o brasileiro de usar uma ONG como fachada para financiar opositores  de Maduro. Por sua vez o Itamaraty só foi informado da prisão na sexta, por alto funcionário do Ministério de Relações Exteriores da Venezuela.
               No dia seguinte, a mesma pessoa entrou em contato com a embaixada brasileira para informar que o Ministério Público havia decidido puni-lo... com a expulsão do país.
                Diniz vive na Califórnia há cerca de quatro anos. Como documento, viajava apenas com a carteira (americana) de motorista, quando foi detido, ao lado de três venezuelanos. Cabello insinuou que o brasileiro era ligado à CIA.
                 A família de Diniz, residente em Camboriú (SC) nega as acusações.


( Fonte:  O Estado de S. Paulo )

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