Fim dos protestos no Irã
Para a Guarda
Revolucionária Iraniana, terminaram os protestos de uma semana, os quais
deixaram 22 mortos e cerca de mil presos.
De acordo com o
discurso habitual do regime, os distúrbios vieram de fora. Essa visão negacionista da realidade conflita
com a dita disposição de governo e parlamento quanto à resposta a ser dada aos alegados
'falsos manifestantes'.
Mentiras oficiais à
parte, o oficialato agora discute como responder às reivindicações dos manifestantes,
que evidenciaram a própria insatis-fação com a corrupção reinante, o desemprego
e a crescente disparidade entre ricos e pobres.
A risibilidade do
negacionismo oficialista é também demonstrada pela circunstância de que os
protestos se espalharam por mais de oitenta cidades e municípios rurais, mexendo com milhares de jovens e trabalha-dores
iranianos. Os protestos só diminuíram diante da intensificação da repressão,
através do envio dos guardas revolucionários (i.e., o exército) a
diversas províncias.
A tosca
mendacidade oficial transpira no comunicado: "Os revolucionários do Irã,
junto com dezenas de milhares de forças Basij (a violenta milícia islâmica),
polícia e Ministério de Inteligência, quebraram a corrente de tensões",
declara a Guarda Revolucionária. Ainda dentro da mentira tosca, atribuíram os protestos e sua organização aos
EUA, Reino Unido, Israel, Arábia Saudita e monarquistas... Se toda essa gente houvesse realmente participado
desse "movimento estrangeiro", a situação seria bem mais grave,
embora seja autêntica a revolta com o desgoverno dos imãs e de seus prepostos. E
é isso que preocupa os ayatollahs. A queda do Xá Reza Pahlevi só se tornara
possível quando os imãs levantaram a gente da província, de modo a ter apoio da
sociedade e, dessarte, pôde trazer do
estrangeiro o popular ayatollah Khomeini.
A longa formação do gabinete na Alemanha
Só mesmo a Merkel para manifestar otimismo diante de uma próxima formação de gabinete
com os sociais-democratas. Seria de novo a grande coalizão, de que a princípio
a SPD não queria mais saber, tendo sido 'convencida' pelo Presidente (que na
RFA é um cargo de influência moral, politicamente decorativo).
São longas,
infindáveis negociações cuja principal
dificuldade está na política migratória, vale dizer nos limites a serem dados
aos asilos. Pesa sobre a mesa de discussão a nuvem da Alternativa para a Alemanha,
o partido neo-nazista que, por vez primeira na RFA pós guerra, voltou ao
Bundestag.
A SPD continua a
resmungar, e Frau Angela Merkel continua a batalhar para ver se logra presidir
mais um gabinete (o que faz, com competência, há doze anos). O problema continua na SPD e nos eventuais
resmungos da CSU (o ramal bávaro da CDU), aquela querendo mais abertura na
imigração e a CSU (ameaçada na Baviera pelos neo- nazistas), tentando
diminuí-la.
Na verdade, é
uma série de anões que tenta, como no conto de Gulliver, amarrar a Merkel aos
próprios caprichos. Se as amarras irão funcionar, é outra estória, que depende
da habilidade de Frau Angela, por mais que essa margem se vá tornando estreita
...
Volta do Brasileiro Jonatan
Diniz aos Estados Unidos
Libertado
neste sábado, depois de pelo menos dez dias de detenção na Venezuela, o
brasileiro Jonatan Moisés Diniz chegou
aos Estados Unidos (Miami)e preferiu ser
lacônico nas respostas ao Estadão. Disse
à reportagem que está "bem". Foi dúbio ao responder se fora torturado
no período em que esteve detido pelo Sebin. Preferiu escrever no Facebook que "tortura
depende muito do ponto de vista de uma situação".
A sua detenção
fora anunciada pelo número dois do chavismo, Diosdado Cabello, que acusou o
brasileiro de usar uma ONG como fachada para financiar opositores de Maduro. Por sua vez o Itamaraty só foi informado da prisão na sexta, por
alto funcionário do Ministério de Relações Exteriores da Venezuela.
No dia
seguinte, a mesma pessoa entrou em contato com a embaixada brasileira para
informar que o Ministério Público havia decidido puni-lo... com a expulsão do
país.
Diniz vive na
Califórnia há cerca de quatro anos. Como documento, viajava apenas com a
carteira (americana) de motorista, quando foi detido, ao lado de três
venezuelanos. Cabello insinuou que o brasileiro era ligado à CIA.
A família
de Diniz, residente em Camboriú (SC) nega as acusações.
( Fonte: O Estado de S.
Paulo )
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