O Congresso criou fundo eleitoral para
custear as campanhas de 2018 com os recursos públicos! Com supremo egoísmo, e
com lideranças irresponsáveis, deixou-se ledamente - e como se nada fora - levar
a tal absurdo. Em país com as mazelas conhecidas, que venham Suas Excelências
deputados e senadores consentir a esse vergonhoso atentado contra saúde pública e educação, não é apenas um crime - como na frase famosa dita a Napoleão, ao mandar o
déspota assassinar o Duque d'Enghien - mas
igualmente enorme erro!
São R$ 472,3 milhões subtraídos boçal, cínica e irresponsavelmente dos
fundos de nossas indigente educação e paupérrima saúde.
Parece que é favor que Suas
Excelências e aqueles que a tanto mirem, que deputados e senadores não se pejem
de despojar saúde (menos R$ 350,5
milhões !) e educação (menos R$ 121,8 milhões)! , em estúpida e
sumamente irresponsável penada!
Aqui só caberia a célebre apóstrofe de
quem, na sua qualidade de simples cidadão,
colocou, por fim, um basta nas
maldades e nos abusos do demagogo Joe
MacCarthy: Não tem, por acaso, Senador, nenhum sentido de decência que lhe haja
acaso restado depois de todos os abusos que tem cometido?
Pode ser que na Câmara ou no Senado
tenham surgido vozes que se manifestaram contra tal ato de virtual
assalto aos fundos públicos, que, para usar outra frase famosa, não é apenas
um crime, mas crasso erro de julgamento?
Em que país Vossas Excelências
vivem? Não é aquele a que falta por quase
toda a parte o saneamento básico? Não é aquele, porventura, em que nas escolas públicas - que já foram paradigma de
excelência e de desvelo - hoje, além de atravessadas pelas balas perdidas da
irresponsabilidade ou do crime, faltem os professores e o material escolar
indispensável ?
A par disso, eu gostaria
sinceramente de crer que se tratou de apenas deplorável omissão de julgamento
de Vossas Excelências, ao ousarem retirar, de um país que pode ser rico em
esperanças, mas é pobre, paupérrimo mesmo, na saúde pública, tanto na
disponibilidade de medicamentos e aparelhamentos adequados, quanto na
disposição do corpo médico e assistencial, para atender às centenas de milhares
pacientes que muita vez são forçados, tangidos até pela pobreza e a própria miséria, a recorrer aos
serviços dos hospitais públicos, a que muitas vezes tudo falta, menos a
dedicação dos respectivos servidores que guardem ainda respeito aos cuidados
devidos à boa gente de nossa terra - crianças, mulheres e homens, jovens e
velhos, que demandam, muita vez com fortaleza e coragem, a assistência dos
nosocômios nacionais, que careceriam de ter condições para atender àqueles que
deles precisam, muita vez tangidos pela sorte madrasta e enfermidades colhidas
nesse país tão alegre, mas também tão ansioso
por desvelo e saneamento básico!
Aos Senhores Congressistas e a todas as Excelências
desse gigantesco País, que, decerto, já foi mais generoso, e a que se destina
- como é a nossa firme crença - mui nobre e digno Futuro, um Porvir, na
verdade, em que os impostos não sejam
gastos com o egoísmo mofino daqueles que se propõem representar o Povo Soberano,
e sim com a indispensável atenção a todas as carências dos necessitados, tanto de saúde quanto de saber, e é nesse
sentido deveras o momento de ponderar, encarecer
e, se me permitem, até mesmo exigir mais responsabilidade e mais sentido do
nobre dever a que os representantes do Povo Soberano venham desempenhar em
Brasília, esse sonho realizado pelo grande Juscelino
Kubitschek, com o pensamento
voltado, não tanto para os por vezes fugazes interesses políticos, que sóem ser escritos com pê minúsculo, mas
sim para o futuro maior da grande meta síntese de JK, voltada para o
desenvolvimento real e firme do Povo brasileiro, que carece de começar sempre pela saúde e
pela educação. Se atentarem, como cabe, para tais magnos cometimentos, os demais lhes virão decerto por acréscimo,
como cabe aos Representantes do Povo, que põem mais alto o magno interesse da
Nação brasilica, seja em Educação, seja em Saúde. Que destino melhor e mais nobre poderemos então
ansiar para essa grande, maravilhosa Nação ?
( Fonte: O Estado de S. Paulo )
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