Vira e mexe, e a Síria
continua a representar um problema para os Estados Unidos. Como se verifica
pelas declarações de presidentes estadunidenses, as coisas mudam se se está no
poder ou não.
Como o Times recorda oportunamente, na qualidade de candidato Trump
advertira contra guerras estrangeiras - e a Síria não foi exceção a essa regra.
Os leitores do blog se hão de lembrar que o antecessor Barack Obama tinha também
visão um pouco confusa de o que fazer com o país de Bashar al-Assad. Por haver recusado proposta da Secretária de
Estado Hillary Clinton, que liderava, na Administração Obama, as
diversas autoridades de nível ministerial com competência para questões
externas, o então presidente
estadunidense não só perdeu uma oportunidade, mas abriu a cancela para que
surgisse o vínculo de sujeição de Bashar
al-Assad com o Presidente russo, Vladimir Putin.
Tudo isso já foi tratado - e
extensamente pelo blog - e não creio
seja o caso de maçar o leitor com repetições. No entanto, o Secretário de
Estado Rex Tillerson vem a campo para
apresentar nova razão para outra encarnação americana na presença militar na
Síria. O objetivo está em impedir que
o ISIS não venha a reemergir naquele país.
Recente campanha contra o Exército
Islâmico determinou a sua desaparição ou quase no Iraque, depois de uma longa
presença em Mossul e com a sua capital em Raqqa, em território sírio. Tem
contribuído de forma determinante para o enfraquecimento e a redução
territorial do Exército islâmico também
o povo curdo, que é uma das anomalias da História. Depois de perder a oportunidade maior de
dispor de território quando da derrota do Sultão da Sublime Porta, no pós-Grande Guerra, a etnia curda como que vaga pelo espaço médio-oriental na busca
de base territorial, que lhe é sistematicamente negada, como ocorreu
recentemente em enclave do norte do Iraque, que há algum tempo era, na prática,
considerado como território curdo. Perseguidos que são pela Turquia, onde constituem
importante minoria, os curdos têm um
grande defeito: em meio a poltrões e
a exércitos de pouca fibra, são bons guerreiros, e por isso Washington deles se
vale amiúde. Mas em horas de decisão, não costuma apoiá-los na sua perseverante
busca por terra que possam chamar sua no conflituado Oriente Médio.
A missão guerreira - aquela que
explicaria a longa presença estadunidense no Afeganistão, mesmo em tempos de
Obama, que se lançara na grande política através de sua oportuníssima aposta
contra a desastrosa guerra do Iraque, desejada menos por George W. Bush, do que
por seus númens tutelares que meteram Washington na monumental fria que possivelmente inicia o declínio da
Superpotência - ela parece ser parente próxima da Fênix - a que renasce sempre
- pelo seu vezo em meter-se em conflitos em países distantes, dos quais pouco
ou nada sabe a ainda Superpotência.
O trapalhão Donald Trump agora
quer manter contingente militar na Síria. Partindo de uma relação estatal ainda
mal-entendida - o que representa a
Rússia de Putin para Trump? Fazer com que os Estados Unidos vire aliado do
Senhor do Kremlin, ele mesmo Gospodin
Putin, parece dose de leão, dadas as relações entre Moscou e Washington.
Também nesse campo terá - esperemos em breve - algo a dizer o Conselheiro
Especial Robert Mueller III, que investiga o candidato e depois Presidente
Donald J. Trump, e seu papel nas intervenções russas através da internet na última eleição americana.
( Fontes: The New York Times, temas deste blog ).
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