Continua a saga ao inverso do refugiado
Cesare Battisti. Em resposta a pedido do Ministro Luiz Fux, do STF,
a 20ª Vara Federal do D.F. reiterou a
sua posição favorável à deportação do italiano.
A
respeito, a juiza Adverci Rates Mendes de Abreu ratifica manifestação
anterior, e relembra que a aludida Vara acatou o pedido do Ministério Público
Federal, de 2012, no sentido de cassar o visto de permanência definitiva de
Battisti no Brasil.
Como se sabe a situação legal de Cesare
Battisti mudou ao ensejo de suposta tentativa de viagem do refugiado italiano à
Bolívia, que provocara a súbita volta da situação anterior, com a renovada
ameaça de sua extradição para a Itália.
Refugiado na França, durante a
presidência de François Mitterrand , quando o prestígio do presidente francês
manteve ao largo os seus itálicos perseguidores, em seguida fugiu para o Brasil, onde
encontrou durante a presidência Lula ambiente favorável, tendo sido acolhido
como refugiado. Transcorridos tantos
anos, de repente a situação muda em seu desfavor. O atual presidente Michel
Temer se mostra favorável à sua expulsão, e a questão ora se acha no Supremo,
sob os cuidados do Ministro Luiz Fux. O ex-senador e atual vereador petista Eduardo
Suplicy já lhe defendeu a causa e quer-me parecer que é um dos poucos
que se empenham para manter o refugiado Battisti em terra brasileira.
Mas, pelas aparências, os ventos não sopram como antes, e do refugiado
que continua a ser, Battisti depara as
longínquas perseguições dos anos oitenta do século passado se tornarem cada vez
mais ameaçadoras e implacáveis. A saga de Battisti relembra, de certa forma,
Victor Hugo e o seu romance Les
Misérables. Será que a sua inocência deixou de repente de parecer plausível,
como o foi até os fins do segundo mandato do presidente Lula ?
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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