Às vezes me pergunto como Hillary
Clinton aguenta esse tipo de tra-tamento que recebe notadamente de algumas
mulheres. Com a sua derrota diante de
Donald J. Trump, muitas críticas de
jornalistas femininas pare-cem que encontraram a sua vaza de despejar um
incôngruo ressentimento contra a única mulher na história política dos Estados
Unidos que só perdeu para o candidato Trump, por uma série de fatores negativos que jamais são mencionados pelas
viperinas e ressentidas jornalistas que a inculpam de grandes, embora incôngruos defeitos. Dessa vez, elas
tiveram a preciosa ajuda de um republicano, que não se chama Trump, mas sim
James Comey, a quem Barack Obama nomeara para o FBI, em estranha homenagem que
Mr Comey repagou com incrível vigor, não só destratando Hillary de forma
grosseira (em questões que não eram da sua competência), mas também nos dias
finais da eleição, escolheu as jornadas da chamada votação antecipada para
levantar falsa lebre (insinuou para oito comitês do Con-gresso a possibilidade
de que o tal computador do ex-marido de Huma Abedin contivesse material
importante para o caso dos e-mails).
Nunca se viu coisa similar, tanto mais que uns seis dias depois esta figura das
sombras voltaria à ribalta para dizer que nada existia que incriminasse Hillary
no tal computador... Lamentavelmente,
porém, a vantagem de seis % que a democrata tinha quando esta figura
marginal da história interviria de modo tão abstruso e estranho, não é que a
tal diferença se havia evaporado, passando a seis por cento pró Trump!
Hillary - que não teve qualquer ajuda de Barack Obama, tanto nesse
capítulo, quanto na escandalosa operação da Rússia, e nas outras várias
irregularidades pró-Trump, que penso escusado aqui mencionar - se mos-traria,
senão resignada, mas digna, diante das injustiças sofridas, cousa que o seu concorrente, de forma
monótona até, vem evidenciando o quão maculada tenha sido a sua vitória.
Para completar, Hillary
venceu no voto popular (por três milhões
de sufrágios, o que em qualquer país do planeta seria bastante para conferir-lhe a vitória. No início do século,
já outro democrata (Albert Gore) também 'perdera' a eleição, ganhando no voto
popular. Desperta espécie essa temoisia americana em conservar esquema
eleitoral do século XVIII, ao invés de proceder como no resto do planeta: que
ganhe o que tem mais votos! Seria simples, mas talvez o GOP
e seus adeptos prefiram assim, porque quem possui algum conhecimento da
política americana, sabe da força do partido republicano com os juízes, como de
resto se viu também naquela eleição do começo do século, em que George W. Bush
fruíu da dúbia honra de ser o primeiro presidente do US "eleito" pela
Corte Suprema...
Mas voltemos a esse estranho rancor,
esses comentários cruéis e im-piedosos com que tantas mulheres jornalistas acariciam Hillary, como se ela devesse
pagar pela sua luta pelo próprio gênero, e pela circunstância de ser até o
presente a única candidata mulher que atravessou as primárias, a convenção e
até grande parte do processo eleitoral americano, com preparo, coragem e grande
capacidade política, a ponto de que
Putin pôs todas as suas peças em
jogo para obstaculizar a vitória desta grande personalidade.
Como há um Conselheiro Especial Mr
Robert Mueller III que pode ter a última palavra no capítulo, tenho dificuldade em entender o verdadeiro
sentido de tanta viperina mesquinharia que algumas chèrs collégues do jornalismo despejam sobre essa ilustre
personalidade, como se a sua presença na arena e a própria capacidade e carisma
incomodassem a tantas pessoas que jamais ingressariam nas páginas de grande
jornal se não viessem com um maço de vilezas e mesquinharias.
Para alguns a Superpotência, depois
da suma loucura das centenas de bilhões
despejados na estranhíssima
guerra do Iraque, motivada pelas estranhas, miríficas armas de destruição em massa (WMD), inventadas por G.W. Bush, já
introduziram, sem cerimônia, os EUA no chamado decline, de que já se ocupam jornalistas de nomeada.
Uma observação final. No Brasil
existe o costume de fustigar no sábado de aleluia, a figura em efígie de Judas.
É uma forma, decerto anódina, de despejar
raiva por supostas culpas nesse traidor evangélico. Ser assim tratado
nessa data é, em geral, empregado para desafogar a própria insatisfação ou
rancor com algum personagem,
representado, em geral, por tosco boneco de palha.
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