quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Cármen Lúcia não pautará rediscussão em 2º grau

                     

        Cármen Lúcia, Presidente do STF, disse anteontem que usar o caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para revisar a decisão sobre prisão após a segunda instância seria apequenar o Tribunal.
        "Não sei por que um caso específico geraria uma pauta diferente. Seria apequenar muito o Supremo (analisar o tema por Lula). Não conversei isso com ninguém" disse Cármen, em jantar promovido pelo site Poder360.
         Em entrevista à TV Globo ontem, Cármen afirmou que o Supremo "não se submete a pressões para fazer pautas" e a "questão foi decidida em 2016 e não há perspectiva de voltar a esse assunto."
         Marco Aurélio é o relator das duas ações, do Partido Ecológico Nacional (PEN) e do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que pedem a suspensão da execução antecipada da pena após decisão em segunda instância. O STF ainda não analisou o mérito das ações.
          "Quem sou eu para cobrar alguma coisa da presidente do STF? Designação de data cabe à presidente do Supremo. Os tempos são estranhos, não quero falar sobre temas polêmicos", disse Marco Aurélio.
            Inicialmente, Cármen pretendia pautar nos próximos dois meses o julgamento dessas ações, mas mudou de ideia. Mesmo assim, ministros dizem acreditar que o tema inevitavelmente voltará ao Supremo, em meio à ofensiva jurídica de Lula para afastar a execução provisória  da pena após o julgamento de recursos no Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
              Por outro lado, ao longo dos últimos dias, Cármen amadureceu a posição sobre colocar ou não a ação na pauta. No STF, a retomada do debate, em meio à incerteza sobre a candidatura de Lula à presidência, estava longe de ser consensual.
               Para um ministro, o STF já decidiu três vezes sobre o assunto e normalmente tribunais constitucionais decidem o tema uma única vez e todo mundo respeita. Já na avaliação de outro ministro colega de Cármen, a ministra lançou balão de ensaio, mas agora tentaria se acertar com a opinião pública depois das críticas ao timing de um novo julgamento sobre o tema, que poderia acabar favorecendo Lula.
               Em outubro de 2016, o plenário firmou entendimento admitindo execução  da pena após, após condenação em segunda instância.



( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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