Rafael Correa deixou ontem a Aliança
País (AP), partido que fundara em 2006, e com o qual governara o Equador entre
janeiro de 2007 e maio de 2017.
Há uma ironia na História, que muitos
líderes ignoram a preço de pagar um pesado tributo, por seu eventual menosprezo
à condição humana, e a grande possibilidade de a criatura levantar-se contra o
criador.
Por sua própria determinação, Correa
se empenhou pela candidatura de Lenin Moreno que, com dificuldade, logrou
eleger para sucedê-lo.
Pensando que um exílio dourado iria
revigorá-lo Correa foi para a Europa,
aonde o seguiriam as eventuais desinteligências com aquele a que se determinara
fazer eleger, o que logrou com alguma dificuldade.
A
história contempla com uma certa indiferença o desentendimento e o consequente amargo desacordo que tende a
surgir entre os caciques, tanto o da véspera, quanto o do amanhã.
Ignaro que repete as quizílias do
passado, agora Correa anunciará a
criação de um novo partido, em evento em Babahoyo, capital da província de Los
Rios. A divisão no movimento que governa
o Equador desde 2007 acontece após vários meses de trocas de farpas entre o presidente Moreno e Correa.
Os dois têm
divergências idiológicas e também discordam
da ação contra o então vice-presidente, Jorge Glas, atualmente preso
pela suspeita de ter recebido propina da Odebrecht.
Houve também tentativa dos
simpatizantes de Correa em destituir Moreno como líder da AP. A manobra de
nomear Patiño não foi reconhecida pela Justiça, e mostrou a profunda divisão
política no partido governista.
( Fonte: O Estado de S.
Paulo )
Nenhum comentário:
Postar um comentário