quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Correa abandona o próprio partido

                               

         Rafael Correa deixou ontem a Aliança País (AP), partido que fundara em 2006, e com o qual governara o Equador entre janeiro de 2007 e maio de 2017.
         Há uma ironia na História, que muitos líderes ignoram a preço de pagar um pesado tributo, por seu eventual menosprezo à condição humana, e a grande possibilidade de a criatura levantar-se contra o criador.
          Por sua própria determinação, Correa se empenhou pela candidatura de Lenin Moreno que, com dificuldade, logrou eleger para sucedê-lo.
           Pensando que um exílio dourado iria revigorá-lo  Correa foi para a Europa, aonde o seguiriam as eventuais desinteligências com aquele a que se determinara fazer eleger, o que logrou com alguma dificuldade.
            A  história contempla com uma certa indiferença o desentendimento  e o consequente amargo desacordo que tende a surgir entre os caciques,  tanto o da véspera, quanto o do amanhã.
             Ignaro que repete as quizílias do passado,  agora Correa anunciará a criação de um novo partido, em evento em Babahoyo, capital da província de Los Rios.  A divisão no movimento que governa o Equador desde 2007 acontece após vários meses de trocas de farpas entre  o presidente Moreno  e Correa.
             Os dois têm divergências idiológicas e também discordam  da ação contra o então vice-presidente, Jorge Glas, atualmente preso pela suspeita de ter recebido propina da Odebrecht.
              Houve também tentativa dos simpatizantes de Correa em destituir Moreno como líder da AP. A manobra de nomear Patiño não foi reconhecida pela Justiça, e mostrou a profunda divisão política no partido governista.


( Fonte:  O Estado de S. Paulo )

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