Algumas
pessoas podem sentir pena de dirigentes esportivos como o senhor Marco Polo Del
Nero, presidente (afastado) da CBF, a par do ex-presidente Ricardo Teixeira, esse também na
CBF. Del Nero que estava com Marin em Zurique, quando este último foi detido
pelo FBI, com a conivência suiça, o
pobre vice Del Nero, acometido por justificado temor, não é que bateu todos os
récordes em termos de viagem a serviço, e se mandou para
São Paulo ? Porque tanta pressa, ó presidente da CBF, empossado que foste (
notem a minha liberdade por conta das musas...) pela brutal intervenção dos cruéis agentes do Federal Bureau of
Investigations?
A princípio, como és Del Nero, o
respeitado paredro da CBF, a mor parte
da gente pensou que querias mostrar a tua capacidade de marcar récordes nos
transporte aéreo. Depois, gente insidiosa insinuou, em inusitada intriga, que
fugias do braço forte da política federal americana.
De minha parte, não acreditei, pois
tenho certeza que a severidade da autoridade brasileira é comparável à
estadunidense, e que, portanto, da Lei, como intrigantes façanhudos tinham
ousado alvitrar, não ousaras fugir, mas
apenas buscar conforto no solo pátrio.
Agora, o pobre Del Nero, se vê, por
esse torpe entranhado de intrigas, às voltas com a Fifa: o presidente afastado
da CBF, Marco Polo Del Nero, passou ontem (dia dezenove de janeiro, que
doravante será considerada jornada azíaga pelo desrespeito que asperge no digno
paredro brasileiro) ao responder, por
vez primeira aos investigadores da FIFA, depois que Del Nero se torna alvo de
um processo por corrupção. Lembro-me de
outro acusado em diferente foro, que também se defendia, quase em prantos, afirmando:
todo mentirra senhor, atenção não dês
a esses lorpas!
Depois de um tão longo sono, pelo
visto, a FIFA desperta. Não é mais
aquela do suíço, o baixinho sorridente, que presidiu à última copa, e cujo
afastamento teve cores burlescas.
Não sei se Del Nero possa ser
considerado varão de Plutarco. Pelo menos, aqui em Pindorama e, notadamente, na capital brasiliense, mesmo interrogado
pelo ínclito e temível senador Romário, ele dessarte se apresenta. Mas voltemos ao deplorável espetáculo ora
dado pelos cães de guarda, não da burguesia, mas da Fifa! Pois os investigadores dessa colenda instituição
desportiva submeteram o intemerato Del Nero a um execrável interrogatório de
cinco horas. Através de insidiosa vídeo-conferência, que, de forma cruel e
inquisitiva, abriu as portas para uma matilha de cães rastreadores da FIFA ao indefeso Del Nero - alvo (horresco referens[1])
. Cruelmente acusado por esses senhores, de sete crimes nos Estados Unidos, os
quais servem de base para o que sofre na Comissão de Ética da entidade.
Com ficha imaculada no Brasil, o
pobre del Nero se descobre insidiosamente atacado pela aliança do FBI e da
FIFA! Compreende-se a revolta desse novo representante do futebol brasileiro,
que, pelo visto, a imprensa desportiva jamais atacara.
Pobre Del Nero! Exaltou-se na audiência - não é que foi
acusado de bíblicos sete crimes? E o que afinal, além dessas vis insinuações,
se lhe increpa? Que se tenha abstido de
presidir aos deslocamentos nas eliminatórias da seleção brasileira, quando em viagem ao
exterior ?
Mas, minha gente, deram acaso ao
senhor Del Nero, agora exaltado diante de tais acusações, a oportunidade de
defender-se?
E não me venham com a baixaria de
que roupa suja se lava em casa, ousando insinuar que esse tipo de indumentária
possa ser melhor lavado em outras
terras, bem longe desses agentes do
FBI!
(
Fonte: O Estado de S.
Paulo )
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