Como já referido por este blog, a Turquia de Erdogan se empenha em ataque contra os curdos no noroeste
da Síria. Conforme o artigo publicado pelo Times, esta tentativa de invasão não
acontece por acaso. Desde muito anunciada, havia a presunção de que os Estados
Unidos ajudariam a comunidade curda ali estabelecida, pelo apoio até hoje
prestado no combate ao Estado Islâmico. A participação curda, como bons soldados
que são, tem sido considerável no
combate ao Estado Islâmico, hoje em processo de desfazimento.
O ataque da Turquia, com participação
de seu exército e milhares de jihadistas alinhados com o presidente Erdogan, ora
se realiza contra a autônoma região da Rojava na Síria, antes preservada do E.I. com muito esforço.
Provoca, por isso, espécie que os Estados Unidos e a comunidade
internacional - que se associaram aos curdos na luta contra o ISIS - não se oponham igualmente contra tal ataque não provocado de Erdogan.
Depois da considerável ajuda prestada
pelos curdos na luta contra o E.I, causa consternação a atitude da
Administração Trump, que semelha nada importar-se à parte de seus interesses
táticos.
Com o referido considerável aporte na
luta contra o ISIS, surpreende a inação
americana que, ao invés de apelos por 'cautela', deveria empenhar-se pela
proibição de sobrevôo sobre Afrin e o restante da Rojava. E no entender da
articulista, a responsabilidade não seria apenas da Administração Trump, mas também dos líderes do Reino Unido e da França, ao deixar de empenhar-se por dar fim a esta
carnificina.
Há muita hipocrisia da parte de Erdogan ao chamar
os curdos de Afrin como terroristas.
O pior cego é o que se recusa a
ver. Valer-se do considerável aporte da comunidade curda na luta contra o
Estado Islâmico, e depois voltar os olhos para outra parte, como se os curdos
já não mais interessassem, não é só prova de inconfiabilidade, mas igualmente de escassa inteligência. Quando
precisarem deles outra vez - e nessas
terras será difícil encontrar lutadores tão valorosos - que resposta hão de
receber dessa etnia, se a abandonam na hora em que mais precisam de ter
correspondido a ajuda prestada de boa fé?
( Fonte: The New York Times
)
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