Por vezes, se fala ainda sobre a antiga
frase do general de Gaulle, que data da chamada 'guerra da lagosta', aquela que não houve. O Brasil é - ou não - um
país sério?
Convenhamos que, nos últimos tempos,
sequer se discute a seriedade ou não da situação da Terra de Santa Cruz. Desde muito que se reforça a impressão de que
o velho general não só estava certo, mas que a situação mudou para muito pior,
no sentido de que a qualificação (sério ou não?) na verdade
não mais se aplicaria, eis que o estado de coisas
parece muito mais grave.
Não me reporto apenas à patética
estada no Rio de Janeiro de Ministros da Justiça e da Defesa, que sequer pesou
no que aconteceu com um pobre Delegado de Polícia, morto por sua honestidade,
pelos bandidos de plantão na avenida Brasil, onde foi pilhado e arrastado para a morte.
Ao lado, vimos na foto o Governador
Pezão, que sucedeu a Sérgio Cabral ( que já acumula cerca de meio século de
condenações), consultan-do o próprio celular, como se o assunto naquela
companhia já estivesse esgotado.
O quadro nacional se completa com o
mais do que lamentável desfe-cho no Rio Grande do Norte, aonde os polícias e a
turma do respeito à or-dem, recusou-se a cumprir as determinações da Justiça
(em defesa de uma cidadania acuada pela bandidagem), e tudo fica por isso
mesmo, como se ordem judicial fosse negociável.
E que fazer dos mortos pela ausência da polícia?
Nesse andor da carruagem, o Brasil
vai saindo - e não de mansi-nho,como seria o estilo na terra do jeitinho - mas
num arreganho de indisciplina, mesclada com desacato à autoridade da Justiça.
Depois de toda a roubalheira da
Administração passada e da situação da atual, em que Presidente da república
tem que responder a questionário de polícia, a imprensa ainda se pergunta por
que o deputado Bolsonaro está alto nas pesquisas? Por favor, não me fraintendam, que é a expressão italiana para o entendimento
ruim, mas quando se sente essa vontade
do povo de buscar no cenário alguma
autoridade, alguém que se faça respeitar, por que tem moral no capítulo
(respeita e faz respeitar a lei, não rouba e se impõe contra os desafios da
desordem), não vamos con-fundir as
coisas. Se não é por aí, a necessidade
existe e - para repetir expressão fora de moda - não se pode tapar o sol com
peneira! A realidade incomoda e, no
desespero, a nossa gente se sente compelida a acreditar no salvador da vez.
O povo brasileiro costuma ser
ordeiro e trabalhador. Muitos pen-sam no
passado, no tempo em que se podia caminhar e passear à noite, sem susto, e que
a segurança não estivesse entregue a Deus.
O sonho autoritário não é bom
(lembrem-se da gloriosa, que durou
mais de vinte anos, e que gerou tanta coisa de ruim que aí está). Mas tampouco, gostamos de desordem, de
turistas sendo mortos por fruírem da praia de Copacabana à noite, e de outros
turistas levarem bala nas costas na Rocinha, e tudo ficar, como nos tempos de Madame la Marquise, como se nada fora.
O Brasil merece autoridade que
se faça respeitar, sempre dentro da lei. Queremos um presidente que não chame para ministro alguém como
Cristiane Brasil, porque autoridade carece de respeito e não de folha
poli-cial. Dilma Rousseff realmente não servia: vejam o que ela aprontou. Não
há discurso, com ou sem fatiamento, que justifique isso.
Mas tampouco queremos
Presidente que gaste mais tempo res-pondendo a moções da Procuradoria-Geral do
Estado ou a questionário da Polícia Federal...
O Povo brasileiro quer ordem e respeito à lei.
E aí é que mora o grande perigo. Pois a
cultura do fascismo - e também do rouba,
mas faz - não é solução. Perguntem à Itália, que aguentou mais de vinte
anos de Mussolini, e nós, com tempo equivalente e todos os seus efeitos
negativos ?
O grande problema da
atualidade é que se confunde democra-cia com fraqueza e desrespeito à
autoridade. O fascismo é um monstro de
muitas caras. Ele pode parecer até bonzinho, apesar das soluções que pro-põe.
Vamos dar um banho na
Democracia. Churchill já não disse ao
Povo inglês que democracia é o pior regime, desde que excetuados todos os outros?!
A Inglaterra atravessava
uma hora pra lá de dificil. Mas se valeu da
Democracia e derrotou o nazismo!
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