domingo, 14 de janeiro de 2018

Brasil - País sério ?

                              

        Por vezes, se fala ainda sobre a antiga frase do general de Gaulle, que data da chamada 'guerra da lagosta', aquela que não houve. O Brasil é - ou não - um país sério?
        Convenhamos que, nos últimos tempos, sequer se discute a seriedade ou não da situação da Terra de Santa Cruz.  Desde muito que se reforça a impressão de que o velho general não só estava certo, mas que a situação mudou para muito pior, no sentido de que a qualificação (sério ou não?)  na verdade  não mais se aplicaria, eis que o estado de  coisas  parece muito mais grave.
         Não me reporto apenas à patética estada no Rio de Janeiro de Ministros da Justiça e da Defesa, que sequer pesou no que aconteceu com um pobre Delegado de Polícia, morto por sua honestidade, pelos bandidos de plantão na avenida Brasil, onde foi  pilhado e arrastado para a morte.
          Ao lado, vimos na foto o Governador Pezão, que sucedeu a Sérgio Cabral ( que já acumula cerca de meio século de condenações), consultan-do o próprio celular, como se o assunto naquela companhia já estivesse esgotado.
           O quadro nacional se completa com o mais do que lamentável desfe-cho no Rio Grande do Norte, aonde os polícias e a turma do respeito à or-dem, recusou-se a cumprir as determinações da Justiça (em defesa de uma cidadania acuada pela bandidagem), e tudo fica por isso mesmo, como se ordem judicial fosse negociável.  E que fazer dos mortos pela ausência da polícia?
            Nesse andor da carruagem, o Brasil vai saindo - e não de mansi-nho,como seria o estilo na terra do jeitinho - mas num arreganho de indisciplina, mesclada com desacato à autoridade da Justiça.
            Depois de toda a roubalheira da Administração passada e da situação da atual, em que Presidente da república tem que responder a questionário de polícia, a imprensa ainda se pergunta por que o deputado Bolsonaro está alto nas pesquisas? Por favor, não me fraintendam,  que é a expressão italiana para o entendimento ruim,  mas quando se sente essa vontade do povo de buscar no cenário alguma autoridade, alguém que se faça respeitar, por que tem moral no capítulo (respeita e faz respeitar a lei, não rouba e se impõe contra os desafios da desordem),  não vamos con-fundir as coisas.  Se não é por aí, a necessidade existe e - para repetir expressão fora de moda - não se pode tapar o sol com peneira! A  realidade incomoda e, no desespero, a nossa gente se sente compelida a acreditar no salvador da vez.
              O povo brasileiro costuma ser ordeiro e trabalhador.  Muitos pen-sam no passado, no tempo em que se podia caminhar e passear à noite, sem susto, e que a segurança não estivesse entregue a Deus.
              O sonho autoritário não é bom (lembrem-se da gloriosa, que durou mais de vinte anos, e que gerou tanta coisa de ruim que aí está).  Mas tampouco, gostamos de desordem, de turistas sendo mortos por fruírem da praia de Copacabana à noite, e de outros turistas levarem bala nas costas na Rocinha, e tudo ficar, como nos tempos de Madame la Marquise, como se nada fora.
                O Brasil merece autoridade que se faça respeitar, sempre dentro da lei. Queremos um presidente que não chame para ministro alguém como Cristiane Brasil, porque autoridade carece de respeito e não de folha poli-cial. Dilma Rousseff realmente não servia: vejam o que ela aprontou. Não há discurso, com ou sem fatiamento, que justifique isso.
                 Mas tampouco queremos Presidente que gaste mais tempo res-pondendo a moções da Procuradoria-Geral do Estado ou a questionário da Polícia Federal...
                  O  Povo brasileiro quer ordem e respeito à lei. E aí é que mora o grande perigo.  Pois a cultura do fascismo - e também do rouba, mas faz - não é solução. Perguntem à Itália, que aguentou mais de vinte anos de Mussolini, e nós, com tempo equivalente e todos os seus efeitos negativos ?
                    O grande problema da atualidade é que se confunde democra-cia com fraqueza e desrespeito à autoridade.  O fascismo é um monstro de muitas caras. Ele pode parecer até bonzinho, apesar das soluções que pro-põe.
                      Vamos dar um banho na Democracia.  Churchill já não disse ao Povo inglês que democracia  é  o pior regime, desde que excetuados  todos os outros?!
                       A Inglaterra atravessava uma hora pra lá de dificil. Mas se valeu da     Democracia e derrotou  o nazismo!  

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