segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

O arrocho do ditador Maduro

              

        Maduro e seus esbirros, entre outros malfeitos, se esmeram nos atos de repressão aos órgaõs críticos da imprensa.
        Como em todas as ditaduras, a verdade será sempre a vítima da vez. A coragem dos órgãos da imprensa é artigo de circulação rara na pobre Venezuela desse ditador de fancaria, que nascido nos lençóis da fraude e de sua irmã-gêmea, a intimidação, pensa poder, precipitada ou abruptamente, sufocar, em seus eventuais vagidos, quaisquer manifestações que visem ventilar as vascas da vertiginosa agonia em que se debate a pútrida, mas pertinaz, e a peçonhenta, purulenta criatura que nas más horas de sua agonia, deixara o nobre e homenageado patriarca antecessor, como cruel dádiva para a antes celebrada democracia - que qual solitária tocha atravessara por décadas o breu das ditaduras militares - esse helênico presente do festejado falso: a ladronice aos píncaros elevada, a fome nos casebres e nas favelas sedulamente implantada, o medo dos justos e dos que não rezam pela cartilha da turba de Maduro, porque vêem as prateleiras das farmácias e drogarias vazias de remédios,  os mercados afundando-se sempre mais na escassez dos gêneros alimentícios, e o torpe mercado negro se espalhando pelo país, vorazes vizinhos da desgraça e da miséria, que os venezuelanos verão muito longe dos palácios dos poderosos.
         Herança de desgraças esta, que lega ao Povo e àqueles que não se prostituem, enjeitando os amargos enganos da ditadura, que prepara, nos salões de Miraflores, Maduro e sua grei.
        A verdade é a perseguida da vez na terra de Simón Bolívar. Através de cínica, cavilosa conjura, o ditador ora se empenha em prostituir e achincalhar os símbolos da Liberdade, que em tornar espúrios se apressa. Traz para a terra do Libertador a Constituinte da Mentira, presidida, ou melhor encabeçada, pela triste, irrequieta personagem de Delcy Rodriguez, a qual nascida da torpeza e dos truques das cortesãs à venda, desenha os cenários da mentira, com que se propõe mascarar a miséria, o embuste alimentar e sua filha maldita, que é a fome.
          Entrementes, Maduro e sua nobre, rubicunda cambada - protegidos por forças pretorianas, a quem o Tirano trata de alimentar simbólica e materialmente de copiosa maneira - se empenham no torpe festival da ladroagem e de sua cordata prima-irmã, dona incompetência.
          À sua volta, dormem a sono solto e torpes roncos, as retóricas figuras da Justiça e da boa Governança, enquanto em plagas longínquas os supostos doutos jurisconsultos discutem sobre o sexo dos anjos e bosquejam comoventes retratos da funda miséria - não só de carnes, mas de gêneros de toda sorte - a que foi entregue a infeliz gente das plagas de Bolívar.
            Para quê?  para nada! como diria o celebrado, nordestino poeta.


( Fontes:  O  Estado de S. Paulo; Ascenso Ferreira )

Nenhum comentário: