Gospodin
Vladimir Putin é considerado presidente de uma democracia. Quando muito, o regime russo é havido como
"severo", "rígido", ou até autoritário, mas ao ler a pequena notícia, enfurnada pelo Estadão,
em minúscula nota, despojada de qualquer contexto, crescem as minhas dúvidas
sobre o que é a democracia na Federação Russa...
Putin tudo prepara para a sua próxima
reeleição. Para tanto, o Tribunal
Supremo da Rússia rejeitou ontem, dia trinta de dezembro, o recurso do
carismático e popular líder da oposição Alexei Navalny, contra a decisão do
"Comitê Eleitoral Central" (CEC) que lhe vedara a participação como
candidato nas eleições presidenciais de março de 2018, por ter antecedentes penais...
Para aplicar o golpe da mordaça ao
principal candidato, o extremamente popular e carismático líder da corajosa
oposição russa, Alexei Navalny, a cripto-ditadura de gospodin Vladimir Putin o afasta do processo eleitoral. Por trás da argumentação supostamente
jurídico-legal, está o punho ditatorial do regime de Putin.
Apesar de que seja muito dúbia a
legalidade e a igualdade aos eventuais candidatos à máxima autoridade na
Federação Russa, Putin não quer saber de
ter pela frente um candidato com grande penetração popular e fama de
competência, coragem e honestidade, como o é o antigo líder das passeatas em
Moscou pela democracia.
Utiliza-se para o afastamento de
Navalny do chamado método legalista-autoritário. Nesse ponto, é grande a previsão em criar
obstáculos jurídicos para evitar a confrontação com uma liderança real e tendo largo respaldo no eleitorado (por mais torpes
e manipuladas que sejam as apurações na Rússia).
Por trás da linguagem jurídica, está
a hipocrisia do poder absoluto. Para não ter problemas nesta próxima eleição, gospodin Putin trata de instrumentalizar
por falso processo no interior sobre alegada norma jurídica - Navalny seria culpado de
estelionato (em transação sobre alegada compra de madeira)...
( Fonte: O Estado de S. Paulo )
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