domingo, 31 de dezembro de 2017

Supremo russo faz "agrado" a Putin

                    
        Gospodin Vladimir Putin é considerado presidente de uma democracia.  Quando muito, o regime russo é havido como "severo", "rígido", ou até autoritário, mas ao ler a pequena notícia, enfurnada pelo Estadão, em minúscula nota, despojada de qualquer contexto, crescem as minhas dúvidas sobre o que é a democracia na Federação Russa...

         Putin tudo prepara para a sua próxima reeleição.  Para tanto, o Tribunal Supremo da Rússia rejeitou ontem, dia trinta de dezembro, o recurso do carismático e popular líder da oposição Alexei Navalny, contra a decisão do "Comitê Eleitoral Central" (CEC) que lhe vedara a participação como candidato nas eleições presidenciais de março de 2018, por ter antecedentes penais...
         Para aplicar o golpe da mordaça ao principal candidato, o extremamente popular e carismático líder da corajosa oposição russa, Alexei Navalny, a cripto-ditadura de gospodin Vladimir Putin o afasta do processo eleitoral.  Por trás da argumentação supostamente jurídico-legal, está o punho ditatorial do regime de Putin.

        Apesar de que seja muito dúbia a legalidade e a igualdade aos eventuais candidatos à máxima autoridade na Federação Russa,  Putin não quer saber de ter pela frente um candidato com grande penetração popular e fama de competência, coragem e honestidade, como o é o antigo líder das passeatas em Moscou  pela democracia.
         Utiliza-se para o afastamento de Navalny do chamado método legalista-autoritário.  Nesse ponto, é grande a previsão em criar obstáculos jurídicos para evitar a confrontação com uma liderança real e tendo  largo respaldo no eleitorado (por mais torpes e manipuladas que sejam as apurações na Rússia).

          Por trás da linguagem jurídica, está a hipocrisia do poder absoluto. Para não ter problemas nesta próxima eleição, gospodin Putin trata de instrumentalizar por falso processo no interior sobre alegada norma jurídica - Navalny seria culpado de estelionato (em transação sobre alegada compra de madeira)... 


( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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