quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Da Política e seus Limites

                                     
       A política  se  caracteriza  pelo  seu  dinamismo.  Não há naturezas mortas na política. Cada candidato carrega consigo uma maleta de história ou estórias, e através dela  a sua presença se distingue da dos demais atores.
     
        O caso de Lula, no entanto, parece diferenciar-se dos demais. Sua biografia e as realizações - para bem e para o mal - o distinguem dos outros candidatos. Ele tem um passado que pode ser lido de dois modos: de um lado ele é o fundador do PT, presidente em dois mandatos, popular e com inegável carisma.

       Se não houvesse um fenômeno político-popular chamado Lava Jato, e que na costa não existissem mouros  (não há aqui intenção de qualquer trocadilho),  creio que as possibilidades dele ser reeleito seriam claras e evidentes.

       No entanto, e é um desenvolvimento positivo da Nação brasileira, porque a tendência à corrupção carece de ser combatida,  qualquer análise das perspectivas de Lula não pode ser feita sem ter presente o calendário judiciário.

        Em fins de janeiro,  o barco de Lula, antes com as velas pandas,  topa com os rochedos do TRF4.

         A questão se afigura tão clara  e tão vultosa,  que não há jeito de olhar para o outro lado, e fingir que se continua a avançar, sob o marulho das vagas,  sem que a trajetória  do marujo  Lula  não seja afetada.

          Para ele, seria como se de repente surgisse essa  respeitável barreira.  Contornar os obstáculos anteriores foi possível embora a dificuldade da jornada - como lhe dizia a gente entendida na matéria - tendia a ir aumentando.

          Agora o bom senso hesita em abandoná-lo, porque  o marujo  não  quer convencer-se da força de uma realidade que o supera.

           O que está à sua volta tenta convencê-lo de que a travessia pode continuar, e para tanto apela para as imagens de um suposto delírio, que ele deve a todo custo evitar. 

            Sem embargo,  o acidente natural continua a crescer e, por conseguinte, a diminuir-lhe qualquer possibilidade de ir avante. 

             E ele, como não é o gigante Adamastor,  vai-se convencendo aos poucos de que a jornada, desta feita, terá que terminar mais cedo.


Nenhum comentário: