quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Crise venezuelana: Reunião na Rep. Dominicana

         

        Representantes da Oposição venezuelana manifestaram otimismo após o término no último domingo de negociações com a delegação chavista em Santo Domingo, para tentar pôr fim à crise política e humanitária na Venezuela. Nova reunião foi marcada para o dia 15 e aliados de Maduro reportaram "avanços significativos no encontro".
        Em nota, o presidente dominicano, Danilo Medina - o anfitrião da reunião - ressaltou a 'firme vontade' de ambos os lados de encontrarem pontos em comum.  Participam das negociações representantes do Chile, México, Bolívia, Nicarágua, e São Vicente e Granadinas, assim como o ex-chefe de governo espanhol José Luis Rodriguez Zapatero.
       Júlio Borges, presidente do Parlamento e chefe da delegação opo- sitora, disse acreditar que, na próxima reunião, seja possível conseguir um caminho claro para que os venezuelanos decidam o futuro em eleições livres, claras, transparentes e com garantias.
      A coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) considera prioritária a criação de canal humanitário para a entrada de alimentos básicos e remédios, em severa escassez, e criar condições claras para as eleições presidenciais de 2018.
       Do lado chavista, o otimismo é maior. "Estamos muito perto de um acordo", afirmou o principal negociador do chavismo, Jorge Rodriguez, sem citar os pontos em que houve consenso. Rodriguez, no entanto, voltou a acusar a oposição de tentar sabotar a economia e as finanças venezuelanas, auxiliada pelos Estados Unidos.
       Por sua vez em Caracas, o ministro da Saúde, Luis López, descartou ontem a possibilidade de se criar canais para a entrada de medicamentos. "O povo está sendo atendido por Nicolás Maduro", afirmou.
         Francisco Valencia, presidente da ONG venezuelana de direitos humanos Codevida, pediu em Santo Domingo uma solução imediata para o desabastecimento de remédios, que, segundo ele, é de 95%.
          De acordo com a Codevida, quatro milhões de venezuelanos portadores de doenças crônicas estão sendo afetados.
           Colette Capriles, membro de uma equipe de assessores da MUD para negociação que inclui empresários, sindicalistas e especialistas em matéria econômica e social, disse que "se chegou a um quadro" de propostas com aval internacional que cada parte deve discutir internamente".
           As partes voltam ao diálogo após aproximações frustradas entre 2014 e 2017 por acusações mútuas de descumprimentos.
           Os contatos ocorrem no momento em que o presidente Maduro tenta refinanciar a dívida externa, estimada em US$  150 bilhões, para o que requer o aval do Legislativo, de maioria oposicionista.


( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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