Representantes da Oposição venezuelana
manifestaram otimismo após o término no último domingo de negociações com a
delegação chavista em Santo Domingo, para tentar pôr fim à crise política e humanitária
na Venezuela. Nova reunião foi marcada para o dia 15 e aliados de Maduro
reportaram "avanços significativos no encontro".
Em nota, o presidente dominicano,
Danilo Medina - o anfitrião da reunião - ressaltou a 'firme vontade' de ambos
os lados de encontrarem pontos em comum.
Participam das negociações representantes do Chile, México, Bolívia,
Nicarágua, e São Vicente e Granadinas, assim como o ex-chefe de governo
espanhol José Luis Rodriguez Zapatero.
Júlio Borges, presidente do Parlamento e
chefe da delegação opo- sitora, disse acreditar que, na próxima reunião, seja
possível conseguir um caminho claro para que os venezuelanos decidam o futuro
em eleições livres, claras, transparentes e com garantias.
A coalizão opositora Mesa da Unidade
Democrática (MUD) considera prioritária a criação de canal humanitário para
a entrada de alimentos básicos e remédios, em severa escassez, e criar
condições claras para as eleições presidenciais de 2018.
Do lado chavista, o otimismo é maior.
"Estamos muito perto de um acordo", afirmou o principal negociador do
chavismo, Jorge Rodriguez, sem citar os pontos em que houve consenso.
Rodriguez, no entanto, voltou a acusar a oposição de tentar sabotar a economia
e as finanças venezuelanas, auxiliada pelos Estados Unidos.
Por sua vez em Caracas, o ministro da
Saúde, Luis López, descartou ontem a possibilidade de se criar canais para a
entrada de medicamentos. "O povo está sendo atendido por Nicolás
Maduro", afirmou.
Francisco Valencia, presidente da ONG
venezuelana de direitos humanos Codevida, pediu em Santo Domingo uma solução
imediata para o desabastecimento de remédios, que, segundo ele, é de 95%.
De acordo com a Codevida, quatro
milhões de venezuelanos portadores de doenças crônicas estão sendo afetados.
Colette Capriles, membro de uma
equipe de assessores da MUD para negociação que inclui empresários,
sindicalistas e especialistas em matéria econômica e social, disse que "se
chegou a um quadro" de propostas com aval internacional que cada parte deve
discutir internamente".
As partes voltam ao diálogo após
aproximações frustradas entre 2014 e 2017 por acusações mútuas de
descumprimentos.
Os contatos ocorrem no momento em
que o presidente Maduro tenta refinanciar a dívida externa, estimada em
US$ 150 bilhões, para o que requer o
aval do Legislativo, de maioria oposicionista.
( Fonte: O Estado de S. Paulo )
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