sábado, 9 de dezembro de 2017

Brasil, campeão em mortes violentas, no mundo

           Parece mentira, mas é verdade. O Brasil teve em 2016 o maior número de mortes violentas em todo o mundo.  Foram 70,2 mil óbitos, o que equivale  a 12,5% do total de registros em todo o planeta Terra!

           Esse alerta  faz  parte  de  informe divulgado  pela entidade Small Arms Survey  (Exame de armas de pulso).  O alerta faz parte de informe divulgado pela entidade acima citada,  que é referência mundial para da violência armada.  Em termos absolutos, a entidade assinala que a  situação no Brasil supera a violência na Índia, Síria (!), Nigéria e Venezuela.

            Segundo Gergely Hideg, autor do estudo em tela, o número inclui as estatísticas oficiais de homicídios - registradas pelos países respectivos -, mas também as mortes violentas não-intencionais e mortes em intervenções legais. 

             "O número é superior ao que as autoridades afirmam", disse o pesquisador, cuja instituição é financiada pelo governo da Suiça. A entidade calcula que, em 2016, 560 mil pessoas foram mortas no mundo de forma violenta.   Isto representa um assassínio a cada minuto.

              O tamanho da população brasileira tem impacto nesses números.  Mas, por si só, não explica a dimensão da violência. Hideg  aponta três fatores que estariam levando ao cenário de mortes:  (i) a falta de garantia de direitos para parte da população, (ii) a cultura da violência e (iii) o crime organizado.

                Se o Brasil lidera o ranking mundial em termos absolutos, é a Síria que tem o maior número de mortes por habitantes (perdura - nota do blog - a guerra civil nesse infeliz país). Ela é seguida por El Salvador, Venezuela, Honduras e Afeganistão.

                A taxa no Brasil subiu entre 2015 e o ano passado. Era de cerca de 26 para 100 mil habitantes e passou para cerca de 30. Além de estar acima do índice mundial, de 7,5,  o aumento dos números brasileiros  contraria a tendência de queda no mundo.
 
                "Em cidades como o Rio, a violência de gangues, o uso excessivo da força pelo Estado, um sistema de Justiça  criminal corrupto,  a  militarização de certas áreas e o acúmulo social de  violência -  em que a violência gera mais violência - é o que marca as taxas extremamente elevadas"  declara o estudo.

                 Outra verificação do levantamento é a de que o Brasil tem o terceiro maior número de mortes de  mulheres no mundo.   Foram 5,7 mil em 2016 -   nosso País só fica atrás de India e Nigéria.

Projeção.       Se esta realidade não mudar, a entidade estima que até 2030,  610 mil pessoas serão mortas de forma violenta no mundo a cada ano.  O estudo calcula, outrossim, que  1,35 milhão de vidas poderiam ser salvas até 2030,  se os governos reconhecessem a dimensão do problema.

                    Para Ivan Marque, diretor-executivo  do Instituto Sou da  Paz, a quantidade de casos no País mostra a complexidade do problema. " A política de segurança pública precisa ser desenhada atendendo às particularidades de cada região, para respeitar as diferentes dinâmicas criminais. "Questões como homicídios não esclarecidos e o modelo brasileiro de polícia, diz ele, ainda são entraves para a melhora  nos indicadores.

( Fonte:  O Estado de S. Paulo )

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