Na primeira página do jornalão O Globo, há uma multiplicação de selfies com Rogério Avelino da Silva, o
Rogério 157, chefe do tráfico de drogas na Rocinha. Esses selfies - o que todos já sabem - giram
em torno do traficante, que, chega em alguns, a sorrir, como se, por instantes,
viesse a esquecer a própria captura.
Ninguém tem dúvida de que venha a Rocinha a ficar livre do
tráfico. Já se discute qual das duas
facções passará a dominar o rendoso controle do tráfico, enquanto Rogério 157
excogita modos de recuperar e, mesmo à distância, cuidar de tal rendosa
atividade.
Estranha essa sorridente relação entre preso
e seus captores. Nesse bizarro contexto,
não pude senão recordar-me de Sérgio Buarque de Holanda que, no seu livro
'Raízes do Brasil' desenvolveu a tese do brasileiro como homem cordial.
Mas não creio que haja pensado em que a cordialidade a tanto pudesse
chegar.
( Fonte:
O Globo )
Nenhum comentário:
Postar um comentário