sábado, 18 de novembro de 2017

Nem tudo está perdido ?

                                              
      Segundo o artigo de José Casado, foram 59 participantes e onze ausentes em um jogo combinado. Como escreve o articulista, não se conhecem as razões para a súbita inibição exibida ontem pela bancada oposicionista.
      Ainda de acordo com Casado,  de repente esvaiu-se o habitual belicismo bem como a retórica inflamada contra a corrupção "do PMDB".
      Tampouco desta feita, ninguém se deu ao incômodo de ir às escadarias da Assembléia para acenar ao reduzido grupo de manifestantes, inflado por ativistas do sindicalismo policial e acossado pela tropa de choque da PM.
       O que se viu no plenário foi estranha visão de oposição matizada e camaleônica mesmo. PT, PSOL, PDT e Rede esbanjaram cautela nas atitudes, timidez nos discursos e até o PT e o PSOL chegaram a dar dois votos a favor na "decisão política", consoante justificou Marcelo Freixo (PSOL).
       Não há maneira de disfarçar o fato de que os deputados estaduais se uniram em acachapante maioria (66%) a favor do trio de presos, a quem o M.P. acusa de corrupção e lavagem de dinheiro de propina paga por empresas privadas, beneficiárias de mais de R$ 138 bilhões em privilégios fiscais nos últimos cinco anos.
        Chegaram até a não mencionar os nomes dos chefes da Casa, o Presidente Jorge Picciani, o ex-presidente Paulo Melo e o deputado Edson Albertassi, "o predileto de Picciani, que foi sem nunca ter sido conselheiro do Tribunal de Contas do Estado."
        Como afirma Casado, tampouco "se tangenciou as motivações alegadas pelo M.P. para as prisões, e aceitas sem ressalvas em duas instâncias da Justiça Federal.Segundo os procuradores "o flagelo ao qual está submetido o estado do Rio de Janeiro possui conexão direta com o esquema criminoso que se instalou em seus principais órgãos de cúpula."
         E a conivência é imprecada ao Legislativo : "A captura do sistema político pela corrupção fica visível pela taxa de sucesso das proposições legislativas de iniciativa do poder executivo, de aprovação de indicados para ocupação de cargos no Tribunal de Contas e agências reguladoras, em razão da larga base parlamentar do governo Sérgio Cabral obtida mediante a divisão do poder executivo com os parlamentares, por meio dos indicados políticos que, assim,  passavam a ter maior controle sobre recursos e contratos." Em outras palavras, a Alerj está no epicentro da corrupção sistêmica.
         Em comunhão corporativa, os presentes e os ausentes manifestaram-se  mais preocupados com a defesa prévia do que, por exemplo, com o iminente colapso do transporte público do Rio, entregue às empresas acusadas de corromper o Executivo e o Legislativo - e cujas planilhas de propinas estão na gênese do decreto de prisão dos 3 deputados.
           Dado o chavascal estadual,  a esperança está na esfera federal, O STF deve ser acionado para ocupar-se do caso na próxima semana, podendo anular a votação da Alerj. Dois Ministros indicaram à imprensa que há possibilidade de a decisão ser reputada inconstitucional.


(Fontes: José Casado(O Globo),Folha de S. Paulo,O Estado de S. Paulo)

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