A Secretaria de Administração
Penitenciária do Rio (SEAP) anunciou ontem, dia 24, que irá transferir o
ex-governador do Rio Anthony Garotinho
(PR) para o presídio de segurança máxima Cadeia Pública Pedrolino Werling de
Oliveira, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu.
A transferência em tela é uma punição. Garotinho ter sido agredido e ameaçado
durante a madrugada, na cela em que estava sozinho, na Cadeia Pública José
Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte, em ocorrência, no entanto, que
ele não conseguiu comprovar.
Segundo Garotinho, ele teria sido atacado por um homem branco de
calça jeans, que lhe teria dado golpes com um taco de beisebol (sic), em um dos joelhos e em um dos pés,
e teria exibido uma pistola. Segundo o ex-Governador, o agressor teria dito que
ele "falava demais".
Nesse sentido, Garotinho prestou queixa
na 21ª Delegacia de Polícia, em Bonsucesso, na manhã de ontem. Depois, foi encaminhado
para exame no Instituto Médico Legal (IML). À noite, porém a SEAP o desmentiu.
A Secretaria informou que o detento, no momento da suposta agressão, estava
sozinho em uma galeria com nove celas -
todas vazias.
"A Seap ressalta que examinou as
imagens das câmeras da unidade, que não detectaram presença de qualquer pessoa
ou estranhos na galeria onde se encontra o detento que pudessem causar tais
lesões" informou o órgão, em nota. Em Bangu, Garotinho será monitorado por
câmeras todo o tempo.
O juiz Ralph Machado Manhães Júnior,
da 98ª Zona Eleitoral, de Campos dos Goytacazes, afirmou ter sido informado de
que o ex-governador "estaria causando transtornos na Unidade Prisional
onde se encontra, pois teria se autolesionado". O magistrado autorizou a
transferência de Garotinho "em sintonia com a Seap".
A denúncia de Garotinho provocou
vistoria do Ministério Público Estadual na prisão. Nela, promotores descobriram
alimentos proibidos em algumas celas, entre elas a do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), preso na mesma unidade.
Mais cedo, dois pedidos do MP
(estadual) de transferência de Garotinho para outra unidade prisional foram
negados por dois juízes da Vara de Execuções Penais (VEP), Juliana Benevides de Barros Araujo e
Guilherme Schilling Pollo Duarte.
O M.P.E. alegou que a integridade
física de Garotinho estava ameaçada por estar na mesma prisão que o também ex-governador
Sérgio Cabral. Os dois são inimigos políticos há anos, apesar de já terem sido
aliados. Os magistrados entenderam,
porém, que, por ora, inexistem elementos que evidenciem situação de risco para
o novo detento.
"Do exame dos autos,
depreende-se que não existem elementos concretos que evidenciem qualquer
situação de risco senão uma verificação qualquer situação de risco senão uma
verificação in loco pela ilustre Promotora de Justiça de que existe um "clima
de tensão" prevalecendo naquela unidade", destacaram os magistrados na decisão.
Na véspera, a filha do
ex-governador, Clarissa Garotinho, secretária municipal de "Desenvolvimento,
Emprego e Inovação" do Rio de Janeiro, disse estar preocupada com a
integridade física do pai e afirmou ter entrado com um habeas corpus para o
ex-governador.
"Denúncias graves não
podem ser tratadas como meras fantasias, ainda mais vindo de agente que atua no
sistema penitenciário", disse. Segundo ela, as ameaças contra o seu pai
teriam sido denunciadas por um agente. O advogado de Garotinho, Carlos Azeredo,
disse que agentes da Seap serão chamados para depor.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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