Autoridades argentinas confirmaram, a
vinte de novembro corrente, que
detectaram "ruídos" provenientes da região onde estaria o submarino
ARA San Juan, desaparecido desde 4ª feira, com 44 tripu- lantes a bordo.
Enrique Balbi, porta-voz da Marinha,
no entanto, pediu "cautela" antes de confirmar se se trata de um
pedido de socorros dos marinheiros. "Ainda temos de analisar a
informação", disse Balbi.
Ainda de acordo como o porta-voz
Balbi, os ruídos foram registrados por sonares. As gravações foram levadas
para a base naval de Belgrano, onde está
sendo coordenado o resgate, e deverão ser analisados . "Um ruído é um
ruído no mar. Ele tem de ser estudado e analisado. Não podemos dizer o que
é", afirmou Balbi.
Segundo o porta-voz da Marinha, os sinais "foram detectados a 360
km da costa argentina, a uma profundidade de 200metros". O ponto, segundo
Balbi "coincide com o caminho que o submarino tomaria para chegar à base,
como estava previsto".
De acordo com Gabriel Galeazzi,
comandante da base naval de Mar del Plata, 400 km ao sul de Buenos Aires, onde
o submarino deveria ter chegado, antes de desaparecer, o submarino teria
emergido e comunicado uma avaria nas baterias.
"Por isso, o comandante da
Marinha lhe disse que mudasse sua rota e viesse para (a base de) Mar del
Plata", afirmou o militar. Segundo Galeazzi, o comandante do submarino
informou em seu último contato que houve um "curto-circuito que teria
ocorrido nas baterias" do submarino.
A Marinha argentina não relacionou,
contudo, as avarias ao desaparecimento da embarcação. Segundo o comando naval,
o problema não teria sido motivo para afetar, naquele momento, a capacidade de
propulsão do submarino.
"Depois, nos informaram por
comunicação via satélite - com o submarino submerso - que estavam sem novidades
e continuavam navegando em imersão", afirmou Galeazzi.
Pouco antes, a Marinha argentina
havia informado que as tentativas de chamadas telefônicas via satélite
detectadas no sábado, que tinham sido atribuídas à embarcação, não partiram do
submarino desaparecido.
"Recebemos oficialmente o
relatório da empresa que investigou todos os sinais e explicou que as sete tentativas de comunicação do sábado não
têm correspondência com o telefone satelital do submarino", afirmou o
porta-voz da Marinha.
Os sete telefonemas, que fizeram
aumentar as esperanças de que a embarcação seria localizada, foram detectados
com a colaboração de empresa americana especializada em comunicações via
satelite.
"Em condições normais, o
submarino pode passar 90 dias sem ajuda externa, em relação a combustível,
água, óleo e oxigênio. Isso, fazendo
snorkel para renovar o ar e carregar as baterias. Isso é feito uma vez por dia
ou a cada dois ou até três dias. Essas são as condições normais", explicou
Balbi, segundo o jornal Clarin.
De acordo com o porta-voz da
Marinha, no entanto, se a embarcação foi obrigada "a subir à superfície e
está de escotilha aberta, não teria problemas de oxigênio e nem de
mantimentos."
"Entretanto, se eles
estiverem no fundo do mar, sem poder sair à superfície por seus próprios meios,
de acordo com exercícios realizados por outros países, se calcula uma
capacidade de sobrevivência de até sete dias", declarou Balbi. Como o
submarino desapareceu há cinco dias, restariam dois dias para tentar
encontrá-lo com sobreviventes, segundo ele.
Ajuda
internacional. As buscas pelo submarino argentino ARA San
Juan prosseguem no dia de hoje. Mais de 40 embarcações, incluindo barcos de
pesca, e oito aeronaves da Argentina e ao menos outros seis países - Brasil,
Chile, Estados Unidos, França, Reino Unido e Uruguai - participam das operações.
A cidade de Comodoro Rivadávia tornou-se centro logístico das operações de
resgate.
O governo brasileiro acionou o
submarino Felinto Perry, a fragata Rademaker e o navio polar Almirante
Maximiliano para auxiliar nas operações. O mau tempo, que tem provocado ondas
de até oito metros na região das buscas, continuou atrapalhando as operações
ontem, quando fortes tempestades atingiram a região em que o submarino navegava
quando desapareceu.
Com efeito, o submarino Ara San Juan navegava entre o porto de
Ushuaia e a base de Mar del Plata, a cerca de 400 km da costa, quando perdeu
contato. Todos os navios na zona, assim como as bases do litoral, foram
comunicados que deveriam informar qualquer visualização do submarino. Sem
embargo, no entanto, até ontem, dia 20 de novembro, nenhum sinal havia sido
detectado na superfície.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo)
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