O caráter da pré-candidatura da
deputada estadual gaúcha Manuela D'Ávila à Presidência da
República constitui um daqueles fenômenos cuja importância reside não no fato
em si, mas no conjunto de circunstâncias que desvela.
Não é só a primeira vez desde a
redemocratização do país que esse partido clientelar do PT lança um nome na
disputa pela Presidência da República.
Não obstante, a presidente do
Partido, Luciana Santos declarou ao Estado que a pré-candidatura não afasta o
PCdoB do PT, seu aliado histórico. Dando esse viés a uma candidatura sem
precedente desse partido, segundo
Luciana Santos declarou que a decisão de
lançar Manuela D'Ávila foi tomada diante da instabilidade política do País
"sem comprometer a aliança política que possa haver com o PT lá na
frente".
As reações no PT foram díspares. Houve quem nas redes sociais comemorasse a
candidatura de Manuela (a senadora Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT),
mas também quem a lamentasse, o Senador Lindbergh Farias: "Respeito o
PCdoB, respeito a Manuela, acho que ela é um dos melhores quadros da nova
geração. Mas considero a decisão um erro histórico." Nesse sentido,
Lindbergh comparou essa decisão à posição dos comunistas em 1954, na crise que
levou ao suicídio de Getúlio Vargas. Na época, o Partidão pressionara pela renúncia.
Além de perder no caso a
referência entre o significado dessa candidatura e a grande crise que levou ao
suicídio do Presidente Vargas, a observação do Senador Lindbergh desvela uma
certa falta de parâmetros.
Manuela D'Ávila, de 36 anos, já cumpriu dois mandatos de deputada federal
pelo Rio Grande do Sul, tendo sido a candidata mais votada do Estado nas duas
eleições. Ela foi também dirigente da
União Nacional de Estudantes (UNE).
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