O 'Ai dos Vencidos!'
dito por Breno, rei gaulês, aos
romanos ao atirar sua espada na balança em que pesava o quanto a jovem Roma
deveria pagar em ouro para livrar-se do jugo estrangeiro, expressa uma verdade
que transcende aquela ocasião célebre e tem muito a ver com a condição dos
derrotados.
A derrota não é apenas a metáfora para o desvalimento. É uma situação
que é cruel e pesada, enquanto dura, eis que fragiliza o campo vencido, e
notadamente quem está à sua frente.
Parece natural que se tenha presente, ao ensejo do livro de Donna
Brazile, uma antiga chefe interina do
Comitê Nacional Democrata (DNC), em que revela haver considerado substituir
como candidata oficial do partido a Hillary Clinton. Nesse sentido, depois que Mrs. Clinton sofreu um
desmaio - durante cerimônia alusiva ao Onze
de Setembro em New York, ela avaliara
a possibilidade, enquanto chefa interina do Comitê Nacional Democrata, de
substituí-la como candidata designada pelo partido para Presidente pelo então
Vice-Presidente Joe Biden. A notícia
é de fonte do Washington Post.
Desse livro, o Washington Post cita "Mais de uma vez eu pensava
acerca de Joe Biden. Mas, apesar de minhas dúvidas e meus temores sobre a
eleição e Hillary como a candidata, eu
não pude levar a cabo a minha ameaça de substituí-la."
Um pequeno detalhe que impedia a Sra. Brazile de implementar essa sua
intenção reside na circunstância de que o regulamento não dá esse poder à presidenta do partido. Essa decisão só pode ser feita pelo Comitê
Nacional Democrata (DNC), após consultas com os líderes do partido no Congresso e os governadores democratas.
O 'Ai dos Vencidos' também se
associa à fragilização dos eventuais vencidos. Mesmo que argumentos de peso
mostrem que Hillary teria ganho a eleição não fora a criminosa intervenção ao
apagar das luzes - exatamente no período da votação antecipada - por um de seus
algozes, o chefe do FBI, Jim Comey, levantando uma falsa
lebre, qual seja a circunstância de que haveria no computador do marido
afastado de Huma Abedin possíveis elementos que depunham contra Hillary - e
isso no dia vinte e oito de outubro, em carta ao Congresso, que anunciava a "reabertura das
investigações". Mais tarde, quando
os votos já tinham sido lançados, ele viria de novo a campo e "se diria
'levemente nauseado' diante da possibilidade de que ele houvesse influído no
resultado da eleição'. E a esse
propósito, Hillary diz no seu recentíssimo livro "ouvir isto me deu
náuseas".
Não tardará muito em que sejam
expostos os aliados poderosos do candidato que levou a melhor na eleição de
novembro de 2016. Disso está cuidando o conselheiro especial Robert
Mueller III, que investiga a conexão russa na eleição de Donald Trump.
( Fontes:
The New York Times, What Happened, de Hillary Clinton )
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