domingo, 5 de novembro de 2017

Vae Victis !

                                               

       O 'Ai dos Vencidos!' dito por Breno, rei gaulês,  aos romanos ao atirar sua espada na balança em que pesava o quanto a jovem Roma deveria pagar em ouro para livrar-se do jugo estrangeiro, expressa uma verdade que transcende aquela ocasião célebre e tem muito a ver com a condição dos derrotados.
      A derrota não é apenas a metáfora para o desvalimento. É uma situação que é cruel e pesada, enquanto dura, eis que fragiliza o campo vencido, e notadamente quem está à sua frente.
       Parece natural que se tenha presente, ao ensejo do livro de Donna Brazile, uma antiga chefe interina do Comitê Nacional Democrata (DNC), em que revela haver considerado  substituir  como candidata oficial  do  partido a Hillary Clinton. Nesse sentido, depois que Mrs. Clinton sofreu um desmaio - durante cerimônia alusiva ao Onze de Setembro em New York,  ela avaliara a possibilidade, enquanto chefa interina do Comitê Nacional Democrata, de substituí-la como candidata designada  pelo partido para Presidente pelo então Vice-Presidente Joe Biden. A notícia é de fonte do Washington Post.
        Desse livro, o Washington Post cita "Mais de uma vez eu pensava acerca de Joe Biden. Mas, apesar de minhas dúvidas e meus temores sobre a eleição e Hillary como a candidata,  eu não pude levar a cabo a minha ameaça de substituí-la."
         Um pequeno detalhe que impedia a Sra. Brazile de implementar essa sua intenção reside na circunstância de que o regulamento não dá esse poder  à presidenta do partido.  Essa decisão só pode ser feita pelo Comitê Nacional Democrata (DNC), após consultas com os líderes do partido  no Congresso e os governadores democratas.                            
          O 'Ai dos Vencidos'  também se associa à fragilização dos eventuais vencidos. Mesmo que argumentos de peso mostrem que Hillary teria ganho a eleição não fora a criminosa intervenção ao apagar das luzes - exatamente no período da votação antecipada - por um de seus algozes, o chefe do FBI, Jim Comey, levantando uma falsa lebre, qual seja a circunstância de que haveria no computador do marido afastado de Huma Abedin possíveis elementos que depunham contra Hillary - e isso no dia vinte e oito de outubro, em carta ao Congresso,  que anunciava a "reabertura das investigações".  Mais tarde, quando os votos já tinham sido lançados, ele viria de novo a campo e "se diria 'levemente nauseado' diante da possibilidade de que ele houvesse influído no resultado da eleição'.  E a esse propósito, Hillary diz no seu recentíssimo livro "ouvir isto me deu náuseas". 
            Não tardará muito em que sejam expostos os aliados poderosos do candidato que levou a melhor na eleição de novembro de 2016. Disso está cuidando o conselheiro especial  Robert Mueller III, que investiga a conexão russa na eleição de Donald Trump.


( Fontes:    The New York Times,  What Happened, de Hillary Clinton )

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