O
engenheiro Emyr Diniz Costa Júnior, um dos delatores da Odebrecht, entregou à
Justiça Federal do Paraná uma planilha que relaciona gastos de R$ 700 mil,
dinheiro que, de acordo com o colaborador, teria sido repassado pelo
departamento de propina da empreiteira
para custear a compra de materiais de construção para a reforma do sítio de
Atibaia. O local era frequentado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A planilha discrimina quatro registros, de R$ 2,1 mil até R$ 380 mil, feitos
entre os dias 16 e 30 de dezembro de 2010, último mês do Governo Lula, com o
título "Aquapolo".
Emyr
era diretor de contratos da Odebrecht no Aquapolo, um projeto de reuso de água
no ABC paulista, e foi escalado pela empresa para ajudar na reforma do sítio. O
delator afirma que recebeu os valores na sede do projeto, em dinheiro, e que os
recursos teriam sido enviados pela equipe de Hilberto Silva, chefe do Setor de
Operações Estruturadas.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o documento apresentado
pelo colaborador foi localizado pela perícia nos discos rígidos fornecidos pela
emprei-teira.Até então,não havia prova de que os valores gastos no sítio tinham
saido do departamento de propina da Odebrecht, apenas o conteúdo das delações.
Além da empreiteira, também fizeram obras no sítio a OAS e o pecuarista José
Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula.
A
ação movida contra Lula pelo MPF não questiona a propriedade do sítio de
Atibaia, apenas as obras de benfeitoria
na propriedade, formada por duas
diferentes áreas, que estão em nome de Fernando Bittar e Jonas Leite Suassuna
Filho.
As reformas feitas no sítio,usado pelo
ex-presidente com frequência a partir de 2011, custaram R$ 870 mil e, para os
procuradores, os valores foram pagos de forma oculta por três empreiteiras -
além da Odebrecht,OAS e Schahin.
( Fonte: O Globo )
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