domingo, 26 de novembro de 2017

CPI da JBS perde força

                              
      A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI Mista) da JBS sofreu claro esvaziamento.  Em consequência, perdeu força a própria tentativa de responsabilizar ex-integrantes da cúpula da Procuradoria Geral da República por irregularidades nas tratativas que resultaram no acordo de colaboração premiada dos executivos da empresa.
      A principal derrota foi a decisão do Ministro Dias Toffoli, do STF, de suspender o depoimento do procurador regional da República, Eduardo Pelella, ex-braço direito de Rodrigo Janot , então chefe da PGR, quando o acordo foi assinado.
       Após essa decisão, os membros da Comissão passaram a admitir a possibilidade de desistir de ouvir Janot, depoimento inicialmente considerado crucial para os trabalhos da Comissão.
        O colegiado está na reta final (pouco menos de mês de trabalho pela frente), e a expectativa se cinge aos depoimentos do ex-procurador Marcelo Miller e do dono da JBS, Joesley Batista.  As liminares, no entanto, na prática arrancam qualquer perspectiva de avanço nos trabalhos da CPI. Miller, na verdade, obteve liminar do Ministro Gilmar Mendes, que o desobriga de falar sobre assuntos que possam incriminá-lo. Já Joesley, que usará do direito de ficar em silêncio, pediu o cancelamento do respectivo depoimento...
          O relator da CPMI, deputado Carlos Marun (PMDB-MS) já admite produzir relatório final com base no que o colegiado colheu até o momento. Nesse sentido, Marun declara: "Existe um grande material já obtido, um grande acervo a ser analisado. Quem perde a oportunidade de se defender são os procuradores, que deixam de falar. Sou adepto do quem cala consente. Meu relatório vai por aí."
            Por sua vez, o presidente da CPMI, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) nega o esvaziamento da CPMI. Ele diz que o colegiado ainda irá convocar políticos para serem ouvidos.


( Fonte: O Estado de S. Paulo  )

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