A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito
(CPI Mista) da JBS sofreu claro esvaziamento.
Em consequência, perdeu força a própria tentativa de responsabilizar
ex-integrantes da cúpula da Procuradoria Geral da República por irregularidades
nas tratativas que resultaram no acordo de colaboração premiada dos executivos
da empresa.
A principal derrota foi a decisão do Ministro
Dias Toffoli, do STF, de suspender o depoimento do procurador regional
da República, Eduardo Pelella, ex-braço direito de Rodrigo Janot , então
chefe da PGR, quando o acordo foi assinado.
Após essa decisão, os membros da
Comissão passaram a admitir a possibilidade de desistir de ouvir Janot,
depoimento inicialmente considerado crucial para os trabalhos da Comissão.
O colegiado está na reta final (pouco
menos de mês de trabalho pela frente), e a expectativa se cinge aos depoimentos
do ex-procurador Marcelo Miller e do dono da JBS, Joesley Batista. As liminares, no entanto, na prática arrancam
qualquer perspectiva de avanço nos trabalhos da CPI. Miller, na verdade, obteve
liminar do Ministro Gilmar Mendes,
que o desobriga de falar sobre assuntos que possam incriminá-lo. Já Joesley,
que usará do direito de ficar em silêncio, pediu o cancelamento do respectivo
depoimento...
O relator da CPMI, deputado Carlos Marun (PMDB-MS) já
admite produzir relatório final com base no que o colegiado colheu até o
momento. Nesse sentido, Marun declara: "Existe um grande material já
obtido, um grande acervo a ser analisado. Quem perde a oportunidade de se
defender são os procuradores, que deixam de falar. Sou adepto do quem cala
consente. Meu relatório vai por aí."
Por sua vez, o presidente da CPMI,
senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) nega o esvaziamento da CPMI. Ele diz que o
colegiado ainda irá convocar
políticos para serem ouvidos.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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