segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Combater notícias falsas é censura ?

                      

        Há dois pontos que não se devem perder de vista nesse debate quanto às  fake news.   
         Quando se fala em falsas notícias e na sua proliferação, tanto na internet,  quanto nas chamadas redes sociais, o primeiro aspecto que se deve ter presente é determinar se as ditas fake news são verdadeiras ou não.                
      
       Nesse sentido, todas as notícias não-confirmadas pela respectiva fonte, devem ser tratadas prima facie como falsas, eis que o que interessa nas assim chamadas notícias falsas   está no seu eventual efeito sobre o candidato adversário e, obviamente, sobre o público indeciso (com o evidente objetivo de fazer o cidadão votante deixar de votar no próprio candidato,  sob a influência de notícias falsas e caluniosas). 
      
       A proliferação das chamadas notícias falsas (fake news) verificou-se notadamente na recente eleição americana, em que uma das partes  ( o fator  russo, favorável a Trump) usou e abusou do respectivo emprego.
            Um dos fatores da vitória de Trump sobre Hillary está nas mentiras que agentes russos (e até mesmo americanos) terão espalhado sobre ela, dada a persistente calúnia que quer apresentá-la como desonesta.  Trump tinha um refrão sobre crooked Hillary, que na prática quer dizer em português  Hillary 171 (o artigo da lei que se reporta ao criminoso, que se especializa em estelionato e outros ardis, sem emprego de violência, mas todos eles fora da lei).
           
             É de esperar-se que a investigação que está sendo levada a cabo pelo Conselheiro Especial Robert Mueller III possa determinar o quanto a eleição de Trump resultou de notícias falsas a respeito de Hillary. 
               
               Mas se me permitem, o maior fautor da eleição de Trump foi o próprio Diretor do FBI, James Comey, que no dia 28 de outubro, durante a chamada votação antecipada, quando Hillary estava na frente de acordo com as pesquisas de opinião, este senhor mandou  carta ao Congresso Americano - o que garantia a sua difusão imediata pela mídia - dizendo que fora descoberto mais um computador com e-mails de Hillary, computador esse pertencente ao marido (afastado) da secretária de Hillary, Huma Abedin.  Desse computador,  esse senhor  James Comey falava da possibilidade de que nele fossem encontrados dados negativos relativos à candidata. 
               Era uma notícia-bomba, Naquele momento, Hillary que  leva vantagem na votação, perdeu a vantagem. Assim, a diferença que estava a seu favor, passa a ser doravante a favor de Trump. É uma vitória no photo-chart para o republicano.  Confrontado ao final com o fato de que nada fora descoberto, e que tudo não passara de especulação, Mr Comey se declarou levemente nauseado pela notícia de que pudesse ele haver influenciado a votação...  O mais penoso é que depois de ter provocado a derrota de Hillary, este senhor Comey não sofreu nenhuma penalização!


(Fonte: What Happened (O que aconteceu) de Hillary Rodham Clinton )

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