Há dois pontos que não se devem perder de vista nesse debate
quanto às fake news.
Quando se fala em falsas notícias e na sua proliferação, tanto na internet, quanto nas chamadas redes sociais, o primeiro
aspecto que se deve ter presente é determinar se as ditas fake news são verdadeiras ou não.
Nesse
sentido, todas as notícias não-confirmadas pela respectiva fonte, devem ser
tratadas prima facie como falsas, eis
que o que interessa nas assim chamadas notícias falsas está no seu eventual efeito sobre o
candidato adversário e, obviamente, sobre o público indeciso (com o evidente
objetivo de fazer o cidadão votante deixar de votar no próprio candidato, sob a influência de notícias falsas e caluniosas).
A proliferação das chamadas notícias
falsas (fake news) verificou-se
notadamente na recente eleição americana, em que uma das partes ( o fator
russo, favorável a Trump) usou e abusou do respectivo emprego.
Um dos fatores da vitória de Trump
sobre Hillary está nas mentiras que agentes russos (e até mesmo americanos)
terão espalhado sobre ela, dada a persistente calúnia que quer apresentá-la como
desonesta. Trump tinha um refrão sobre crooked
Hillary, que na prática quer
dizer em português Hillary 171 (o artigo da lei que se reporta ao criminoso, que se
especializa em estelionato e outros ardis, sem emprego de violência, mas todos
eles fora da lei).
É de esperar-se que a investigação que está sendo levada a cabo
pelo Conselheiro Especial Robert Mueller III possa determinar o quanto a eleição de Trump resultou de notícias falsas a respeito
de Hillary.
Mas se me permitem, o maior
fautor da eleição de Trump foi o próprio Diretor do FBI, James Comey, que no dia 28 de outubro, durante a chamada
votação antecipada, quando Hillary estava na frente de acordo com as pesquisas
de opinião, este senhor mandou carta ao Congresso Americano - o que
garantia a sua difusão imediata pela mídia - dizendo que fora descoberto mais
um computador com e-mails de Hillary,
computador esse pertencente ao marido (afastado) da secretária de Hillary, Huma
Abedin. Desse computador, esse senhor James Comey
falava da possibilidade de que nele fossem encontrados dados negativos relativos à
candidata.
Era uma notícia-bomba, Naquele momento, Hillary que leva vantagem na votação, perdeu a vantagem. Assim, a diferença que estava a seu favor,
passa a ser doravante a favor de Trump. É uma vitória no photo-chart para o republicano. Confrontado ao final com o fato de que nada fora descoberto, e que
tudo não passara de especulação, Mr Comey se declarou levemente nauseado pela notícia de que pudesse ele haver influenciado a
votação... O mais penoso é que depois de
ter provocado a derrota de Hillary, este senhor Comey não sofreu nenhuma
penalização!
(Fonte: What Happened (O que aconteceu) de Hillary Rodham Clinton )
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