sábado, 11 de novembro de 2017

Com Chávez, opulência, sob Maduro miséria

                             
        Lembram-se do solícito Nicolás Maduro pedindo no Kremlin um empréstimo ao desconfiado gospodin Vladimir Putin?
        Pois é... o falante Maduro, como todo devedor encalacrado, é um poço de otimismo, que, sem pestanejar, pede mais uma dinheirama ao Senhor de todas as Rússias.
        Parece que o ressabiado Putin marchou em mais uma. A lábia do ditador venezuelano deve ser das melhores, e nenhuma dúvida ou referência negativa passa por suas palavras escorregadias, que falam de seus haveres, e das garantias que oferece...
        Foi dessa fotografia de Maduro estendendo a mão, e de Putin, com a glacial frieza do próprio olhar, como a perguntar-se 'será que devo? que me veio à lembrança, ao ver no Estadão "Credor denuncia calote venezuelano"...

         De que se trata em realidade?  Pois o governo da Venezuela deixou de pagar na sexta-feira, dez de novembro os juros de  compromisso contraído pela estatal do setor elétrico, com a financeira americana Wilmington Trust, segundo informa a empresa americana com sede em Delaware.
          Nesse sentido, a empresa estatal elétrica da Venezuela deu calote no pagamento de juros de  dívida orçada em US$ 650 milhões. Segundo o credor, os juros, no montante de US$ 28 milhões, teriam de ser pagos até a quinta-feira, nove de novembro corrente.
         A antiga Eletricidad de Caracas tornou-se a Corporação Elétrica Nacional (Corpoelec), ao ser nacionalizada pelo caudillo Hugo Chávez.
          Configurada a quebra de contrato, a empresa credora pode processar a estatal venezuelana, se 25% dos detentores de títulos de sua dívida concordem com uma ação judicial.
          O calote não poderia cair em pior momento. Ele acontece a três dias de reunião em Caracas, convocada pelo presidente Nicolás Maduro, com os detentores da dívida pública venezuelana. Pressionado pela má-gestão econômica e pelas sanções impostas pelo Presidente Trump, o chavismo, com as costas na parede declarar querer "negociar e reestruturar" a dívida, sem esclarecer se haverá default ou não. Estima-se que a dívida total do país (nessa área) seja de US$ 150 milhões.
             A estatal do Petróleo, a PDVSA, deveria pagar US$ 81 milhões  de um bônus para não cair em moratória. Isto seria para ontem, 10 de novembro. As agências FitchStandard and Poor's e a Moody's rebaixaram em consequência a classificação da dívida venezuelana em virtude de os investidores não terem recebido US$ 1,161 bilhão  de títulos  de 2017 da própria PDVSA (o governo de Maduro diz ter começado a pagá-los na última sexta-feira)
              A pedido dos credores, um comitê de sociedades financeiras se reuniria nesta sexta-feira, dez de novembro, com a Associação Internacional de Swaps e Derivados (ISDA), em New York, para analisar o não pagamento do bônus 2017.
               A esse propósito, a Consultoria Capital Economics deu a seguinte avaliação: "Estamos no fim do jogo e agora se tornou uma questão  de dias, e não semanas, até que se confirme o default (não-pagamento)".
               Com os tropeços do governo Maduro, ou a despeito deles, o governo venezuelano deverá desembolsar nesta segunda-feira, dia treze de novembro, outros US$ 200 milhões, além dos juros. Até o fim do ano, ao todo a Venezuela de Maduro deverá quitar entre US$ 1,47 bilhão e US$ 1,7 bilhão, em juros relativos aos bônus.        
                Nesse sentido, Andrea Saldarriaga, analista para a América Latina do centro Atlantic Council assim se manifestou: "A renegociação e reestruturação da dívida tem muitos obstáculos. O cenário mais provável é uma eventual moratória".
                As sanções recentemente aplicadas por determinação do Presidente Donald Trump e que foram impostas à Venezuela em agosto último impedem que o governo de Caracas recorra a fontes externas de capital e proíbem que investidores americanos negociem a dívida venezuelana.
                 Em consequência dessa determinação do governo Trump, o analista Saldarriaga assevera: "Isso dificulta chegar a um acordo com seus credores". Com efeito, 70% dos credores de bônus são americanos e canadenses. Além disso, a tal "se soma a falta de liquidez da Venezuela", assinalou o analista em tela.
                     Mas tendo presente o drama (ou tragédia) da Venezuela chavista, e com a economia devastada (pela ladroagem e a má-gestão econômica) as reservas internacionais  são de apenas US$ 9,7 bilhõeso que já diz o suficiente sobre a péssima qualidade da gestão dos fundos da economia (?) venezuelana. No próximo ano de 2018 terá de pagar  cerca de US$ 8 bilhões!
                      E como se tal não bastasse, o presidente Nicolás Maduro  nomeou como principal negociador da dívida (ou descalabro) da pobre Venezuela o vice-presidente Tarick El-Aissami,   justamente a quem o Governo de  Donald J. Trump determinara a respectiva inclusão em lista de funcionários venezuelanos proibidos de participarem  de tais negociações, por envolvimento em tráfico de drogas...     


( Fonte: O Estado de S. Paulo )

Nenhum comentário: