Desperta estupor a presença e a
mobilidade da empresa Odebrecht enquanto de propina se fale e se
escreva. Agora notícia de coluna interna
do Estadão nos traz ideia ainda mais
ampla da larga utilização pela Odebrecht desse recurso ilegal.
Assim, investigação em Andorra - que é
paraíso fiscal - assinala que essa empresa pagou US$ 200 milhões de propina a
políticos, funcionários, empresários e laranjas de oito países da América
Latina.
As informações saíram ontem pelo jornal El Pais.
Segundo a reportagem, a Odebrecht
utilizava offshores para realizar os
pagamentos, e funcionários da Banca Privada d'Andorra (BPA), criavam sociedades
no Panamá para ocultar os verdadeiros titulares. O inquérito identificou mais de US$ 200 milhões
de pagamentos feitos somente por uma das offshores.
Há vários aspectos que carecem de ser
caracterizados e aprofundados.De uma parte os chamados paraísos fiscais, de
outra as off-shore que são talvez uma
versão mais antiga dessas facilidades
de ocultação de recursos, como aquelas na costa inglesa (utilizada por
políticos brasileiros, além daquele que é paradigmático nesse domínio). As
contas especiais existem desde muito em países como o Panamá, além de outros centros,
seja no Caribe, seja na Europa - tanto na sua versão mais antiga, que se acha
na Confederação Helvética, mas também no Lichtestein, Luxemburgo e em outros
centros como no Sudeste asiático (v.g.Macau, Cingapura) .
Não há negar a sobrexposição da
Odebrecht a esse recurso ilegal que é a
utilização de recursos não declarados, de que os escândalos expostos pela Lava-Jato representaram uma reação na
defesa da ética e da legalidade fiscal. Tampouco se deve duvidar que esse
assunto merece uma exposição bem mais aprofundada com vistas ao necessário
combate às práticas ilegais que caracterizam tantos governos como para dar um
exemplo quase prosaico o é a Venezuela de hoje, onde se encontram inúmeros
esqueletos de obras inacabadas e financiadas pela Odebrecht em condições
não-difíceis de serem intuídas, e com as consequências expostas em tantos
"esqueletos" dos mais variados projetos, uns megalômicos, outros até
úteis, mas inviabilizados não só pelo sistema de pagamento utilizado, mas
também pela corrupção envolvida.
Por fim, na
segunda Copa do Mundo no Brasil (a primeira foi em 1950, e perdemos com o
meio-frango de Barbosa no chute despretensioso de Ghigia) e a segunda, também
marcada por vexame, que foi a goleada pela Alemanha da nossa Seleção com o
placar incrível de 7x1 (placares tão dilatados contra o Brasil só repontam no
começo do século, quando o que se tornaria a grande seleção do Brasil - com
presença marcante já na Copa de 1938, com Leônidas e suas bicicletas - ainda
engatinhava no futebol, com formações amadoristas e que podiam até sofrer
goleadas), houve uma esbórnia de
corrupção na construção dos estádios,
com Sérgio Cabral no Rio, e em várias outras capitais. O mais acintoso
foram as declarações então de um alto funcionário da FIFA, Jerome Valcker, que pensava inclusive suceder ao então presidente
Joseph Blatter e que se provaria tão
corrupto quanto ele.
( Fontes: internet, O
Estado de S.Paulo )
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